Após acidentes, Liesa exige documentação de segurança para liberar carros alegóricos

Pilar Olivares/Reuters
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Além das promessas de desfiles mais seguros em 2018, os acidentes do ano passado na Marquês de Sapucaí motivaram pelo menos uma mudança nas regras de aprovação dos carros. Para as próximas apresentações do Grupo Especial, a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) passa a exigir que as escolas entreguem à entidade a documentação que ateste a segurança das alegorias.

A exigência foi incluída no regulamento dos desfiles de 2018, publicado no site da Liesa.

Para liberar as alegorias, as agremiações terão que entregar à entidade, em até três dias antes do desfile, uma cópia da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) dos carros e o Certificado do Corpo de Bombeiros.

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Diz o regulamento no artigo 27, no inciso XV, alínea b: “as Alegorias serão consideradas em condições de participarem do Desfile da respectiva Agremiação, após a entrega à LIESA, de uma cópia da ART dos Carros Alegóricos, bem como do Certificado emitido pelo Corpo de Bombeiros, em até 03 (três) dias antes do Desfile Oficial do Carnaval/2018”.

No mesmo inciso, na alínea a, foram mantidas as obrigações em relação à resolução dos Bombeiros, mas o texto ficou mais abrangente, incluindo a decoração dos carros entre os pontos a seguirem os procedimentos estabelecidos pelo órgão.

“Cumprir as normas da Resolução emitida pela Diretoria de Serviços Técnicos do Corpo de Bombeiros Militares do Estado do Rio de Janeiro, que versa sobre os procedimentos a serem adotados para construção, decoração e liberação de Alegorias, especificamente para os desfiles oficiais do Carnaval/2018, observando e cumprindo, também, as normas estabelecidas
pelos demais Órgãos competentes”, diz o regulamento.

Uma morte e dezenas de feridos

O Carnaval 2017 ficou marcado por dois acidentes graves. No primeiro dia de desfiles, um carro da Paraíso do Tuiuti entrou desgovernado na área de armação, em frente ao setor 1, e atingiu pouco mais de 20 pessoas. Destas, duas foram feridas com gravidade, e uma delas, a radialista Elizabeth Ferreira Joffe, morreu dois meses depois do choque, por complicações na recuperação.

Quatro pessoas foram indiciadas por lesão corporal culposa: o motorista da alegoria, Francisco de Assis Lopes, o diretor de Carnaval da Tuiuti, Leandro Machado, o diretor de alegoria, Jaime Benevides, e o engenheiro Edson Gaspar.

No segunda-feira de Carnaval, novo acidente. Uma plataforma no alto de um carro da Unidos da Tijuca desabou, também no início do desfile, deixando 12 feridos.

O Ministério Público instaurou inquérito para cobrar mais segurança dos envolvidos, e vítimas de acidente com carro da Unidos da Tijuca processaram a escola e a Liesa.

AgNews
Carro da Tuiuti que atropelou atropelou pessoas na entrada do Sambódromo – AgNews

Romulo Tesi

Romulo Tesi Jornalista carioca, criado na Penha, residente em São Paulo desde 2009 e pai da Malu. Nasci meses antes do Bumbum Paticumbum Prugurundum imperiano de Aluisio Machado, Beto Sem Braço e Rosa Magalhães, em um dia de Vasco x Flamengo, num hospital das Cinco Bocas de Olaria, pertinho da Rua Bariri e a uma caminhada do Cacique de Ramos, do outro lado da linha do trem. Por aí virei gente. E aqui é o meu, o nosso espaço para falar de samba e Carnaval.

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