Artista preso em operação contra milícia desfilava como acrobata em escolas do Rio

Pablo Prynce – Arquivo Pessoal

Entre os 159 presos na operação da Polícia Civil contra supostos milicianos, em uma festa em Santa Cruz, no Rio de Janeiro, no último dia 7, está Pablo Dias Bessa Martins, jovem próximo do universo das escolas de samba.

Pablo Prynce, como é chamado, é artista e já desfilou algumas vezes no Carnaval carioca. Ele é cria da ONG Acaps (Ação Comunitária de Apoio Psicossocial), da comunidade do Aço, onde aprendeu a arte circense.

O jovem foi levado para as escolas de samba por Kelly Siqueira, coreógrafa de sucesso na folia carioca junto do parceiro Léo Senna, para realizar apresentações em comissões de frente e alas coreografadas, fazendo acrobacias. A maioria das participações foi em agremiações de grupos de acesso.

Pablo costuma passar boa parte do ano fora do Brasil, apresentando-se na Europa. Ele tem viagem marcada para o próximo dia 24 para uma nova temporada de apresentação – ameaçada por conta da prisão. Familiares e amigos alegam inocência de Pablo, e uma campanha foi iniciada para pedir sua libertação.

Um documento da Polícia Civil informa que 139 dos 159 presos na operação não eram alvo de nenhuma investigação e sequer tinham contra si quaisquer acusações. Pablo está entre os relacionados. O relatório foi enviado pela Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro à desembargadora Giselda Leitão e ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).

A história completa, contada em reportagem de Karen Lemos, pode ser lida aqui.

Léo e Kelly, coreógrafos da Vila Isabel, no desfile de 2018 - Portal da Band
Léo e Kelly, coreógrafos da Vila Isabel, no desfile de 2018 – Portal da Band

A Acaps é de onde saem vários desfilantes para missões especiais em escolas de vários grupos do Rio, inclusive o Especial. Este ano, instrutores e alunos da ONG desfilaram pela Vila Isabel, sob a orientação de Kelly e Senna. Eram da entidade, por exemplo, os acrobatas que cruzaram a Marquês de Sapucaí andando sobre um globopresos por cordas, em um dos carros da então agremiação de Paulo Barros.

Pablo Prynce (à esq.) em 2010, no Campinho Imperial, desfilando no Grupo de Avaliação – Arquivo Pessoal

Romulo Tesi

Romulo Tesi Jornalista carioca, criado na Penha, residente em São Paulo desde 2009 e pai da Malu. Nasci meses antes do Bumbum Paticumbum Prugurundum imperiano de Aluisio Machado, Beto Sem Braço e Rosa Magalhães, em um dia de Vasco x Flamengo, num hospital das Cinco Bocas de Olaria, pertinho da Rua Bariri e a uma caminhada do Cacique de Ramos, do outro lado da linha do trem. Por aí virei gente. E aqui é o meu, o nosso espaço para falar de samba e Carnaval.

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