Chorando, Emerson Dias se despede da Grande Rio e volta ao Salgueiro

Emerson Dias, vestido de Ney Matogrosso, no desfile de 2018 da Grande Rio – Foto: @rodrigo.dosanjosrj/Facebook da Grande Rio

Emerson Dias está de volta ao Salgueiro. O cantor, cria da vermelho e branco, se despediu da Grande Rio após seis Carnavais como a voz principal da escola de Duque de Caxias para retornar à agremiação em que atuou por muitos anos, na década de 90, como apoio do carro de som.

O anúncio foi feito nesta quinta-feira, pelo próprio intérprete, que gravou um vídeo, publicado no perfil da Grande Rio no Facebook, ao lado do presidente de honra da escola, Helinho de Oliveira. Muito emocionado, Emerson mal consegue falar e, aos prantos, é consolado pelo dirigente. O cantor se diz de “coração apertado” e agradece a vários companheiros de agremiação.

No mesmo vídeo, Helinho se diz triste pela saída do cantor, mas ao mesmo tempo alegre, “porque está indo para uma escola de peso, maravilhosa”.

O dirigente ainda faz campanha pela permanência da Grande Rio no Grupo Especial, apesar do rebaixamento pelo 12º lugar, e revela mais uma aliada: a presidente do Salgueiro, Regina Celi.

“Regina, nação salgueirense, vocês estão levando um garoto de ouro. Fico muito honrado e agradeço a Regina pelo apoio para que nós permanecêssemos no Grupo Especial. Se Deus quiser vamos conseguir”, declarou Helinho.

Sabe-se que há pelo menos mais um presidente favorável ao não rebaixamento da Grande Rio”: Fernando Horta, da Unidos da Tijuca.

Ney Matogrosso

Emerson é um dos mais elogiados cantores do Carnaval. Nos últimos dois anos, o intérprete enfrentou dois desafios de peso na Sapucaí, ambos causados por acidentes.

Em 2017, a Grande Rio desfilou logo depois da Paraíso do Tuiuti, marcada então pelo atropelamento coletivo de carro alegórico em frente ao Setor 1 do Sambódromo. Na ocasião, Emerson encarou uma avenida ainda em choque pelo acontecimento trágico.

Este ano, o acidente (sem feridos) aconteceu com a própria Grande Rio, que levou para a Sapucaí o enredo sobre Chacrinha. O último carro alegórico quebrou, “entalou” na Avenida Presidente Vargas e não desfilou.

Ciente do problema, Emerson, fantasiado de Ney Matogrosso, demonstrou força e garra para levar a apresentação até o fim, tentando motivar os componentes. A escola acabou estourando em cinco minutos o tempo máximo (de 75) e foi penalizada com cinco décimos. Estes, somados às despontuações em outros quesitos, acabaram causando a péssima 12ª colocação, e o consequente rebaixamento. Ainda assim, por conta da atuação brilhante, Emerson vem faturando vários prêmios de melhor intérprete do ano.

Veja o vídeo abaixo:

 

Romulo Tesi

Romulo Tesi Jornalista carioca, criado na Penha, residente em São Paulo desde 2009 e pai da Malu. Nasci meses antes do Bumbum Paticumbum Prugurundum imperiano de Aluisio Machado, Beto Sem Braço e Rosa Magalhães, em um dia de Vasco x Flamengo, num hospital das Cinco Bocas de Olaria, pertinho da Rua Bariri e a uma caminhada do Cacique de Ramos, do outro lado da linha do trem. Por aí virei gente. E aqui é o meu, o nosso espaço para falar de samba e Carnaval.

Adicionar comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.