Em ano eleitoral, tapetão na Liesa teve participação de quatro políticos

Prefeito do Rio, Marcelo Crivella – Renan Olaz/CMRJ

Pelo menos quatro políticos de peso, de três partidos diferentes, tiveram influência direta no cancelamento do rebaixamento de Grande Rio e Império Serrano para a Série A.

O pedido mais surpreendente foi do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, do PRB. O alcaide enviou um ofício à Liesa, assinado também pelo presidente da Riotur, Marcelo Alves, em que dizia não se opor à manutenção das escolas na principal divisão do Carnaval carioca. O documento foi revelado pelo jornal O Globo, momentos antes da plenária de quarta-feira ma sede da Liesa.

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Crivella é tratado como adversário por boa parte do povo do samba após cortar 50% da verba para o Carnaval. O prefeito chegou a ser alvo de chacota pública no desfile da Mangueira, em que foi retratado como como um Judas de Sábado de Aleluia.

‘Judas’ de Crivella no desfile da Mangueira de 2018 – Ide Gomes/Framephoto/Estadão Conteúdo

Na carta, Crivella revela que recebeu pedidos do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (MDB), e do prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis (MDB) – este, inclusive, um dos mais saudados pelos dirigentes da Grande Rio.

“Importante ainda salientar o enorme serviço prestado pelas agremiações (…) ao Carnaval do Rio de Janeiro, seja com seus desfiles antológicos ou pelo fomento dos desfiles das escolas de samba como um todo. congregando enorme opinião pública positiva e trazendo para o evento patrocinadores de monta”, diz Crivella em ofício.

Por fim, até o presidente da Câmara, o deputado federal Rodrigo Maia (DEM), atuou nos bastidores pela virada de mesa, e teve o nome citado inclusive em comunicado da Liesa. Maia é um dos nomes cotados para a disputa à Presidência de República nas eleições deste ano.

O próprio presidente da Liesa, Jorge Castanheira, admitiu após a reunião que as escolas atenderam um “pedido do poder público”.

Washington Reis, prefeito de Duque de Caxias – Reprodução

Romulo Tesi

Romulo Tesi Jornalista carioca, criado na Penha, residente em São Paulo desde 2009 e pai da Malu. Nasci meses antes do Bumbum Paticumbum Prugurundum imperiano de Aluisio Machado, Beto Sem Braço e Rosa Magalhães, em um dia de Vasco x Flamengo, num hospital das Cinco Bocas de Olaria, pertinho da Rua Bariri e a uma caminhada do Cacique de Ramos, do outro lado da linha do trem. Por aí virei gente. E aqui é o meu, o nosso espaço para falar de samba e Carnaval.

7 comentários

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  • Mas até nos desfiles das escolas de samba do Rio os políticos estão se metendo? Esses desfiles vão perder a graça,!!!!!!O bonito era a competição pura , sem interfer
    ~ência de ninguem, só entre as próprias escolas. O Brasil se perdeu mesmo !!!!!!!

  • Nada a estranhar na ação dos políticos. São traíras notórios. Afinal todos eles são de partidos que votaram favorável ao impeachment da Dilma. E as Escolas que iriam subir, o que farão ? Permanecerão caladas ? Subirão junto com as “viradoras de mesa” ? A LIESA é uma bagunça !

  • Quando tem política e político no meio o fedor é insuportável.

    O carnaval deveria ser controlado pela iniciativa privada sem interferência e recursos públicos. A participação do estado deve ser para controle da ordem e respeito às leis.

  • A contravenção não era tão feia quanto parecia. Enquanto havia os chefões do bicho patrocinando, mandando, políticos não tinham vez. Agora, os banqueiros do jogo do bicho estão morrendo, ficando velhos, nós estamos vendo essa pouca vergonha, compra de escolas e interesses. E logo agora que cortaram verbas da Liesa os políticos querem ter voz ativa no carnaval? Lugar quem manda é o crime organizado? Que vergonha pastor evangélico Marcelo Crivela?????