Escolas de samba e Crivella assinam acordo para repasse de verba após corte

Crivella assina acordo de repasse para escolas de samba - Foto: Paulo Araújo
Crivella assina acordo de repasse para escolas de samba - Foto: Paulo Araújo
Crivella assina acordo de repasse para escolas de samba – Foto: Paulo Araújo

As representantes das escolas de samba e o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, assinaram nesta segunda-feira o acordo para o repasse da verba da administração municipal para as agremiações. O valor de R$ 1 milhão (50% menor que nos últimos anos) será pago em cinco parcelas, com a última em novembro, para cada escola, totalizando R$ 13 milhões.

Além deste valor, a prefeitura, por intermédio da Riotur, se comprometeu a buscar junto à iniciativa privada mais R$ 500 mil para cada uma das 13 escolas. Este montante, porém, não está 100% certo, e depende da disposição das empresas. Segundo o presidente da Riotur, Marcelo Alves, aguarda-se uma resposta até o dia 15 de agosto.

JÁ VIU? Confira a ordem dos desfiles de 2018

A Prefeitura prometeu a realização de obras no Sambódromo. Arquibancadas e banheiros serão reformados, e a Marquês de Sapucaí ganhará 700 mil novos refletores com lâmpadas de led. As intervenções estão orçadas em R$ 1,1 milhão.

Paz

“Finalmente assinamos com a Liga para repassar os recursos às escolas. Isso vai garantir que o carnaval seja celebrado da mesma maneira que tem sido nos outros anos. Quero tranquilizar o povo do Rio de Janeiro, dizendo que, dentro das possibilidades, o carnaval está mantido”, disse Crivella, em declaração reproduzida no site da Prefeitura.

“Vamos fazer um dos maiores carnavais junto com a Riotur. A gente tem que agradecer a sensibilidade da Prefeitura e reiterar que o diálogo prevaleceu. A Prefeitura entendeu a dificuldade das agremiações e está fazendo um grande esforço de conseguir verbas, não só por meio do setor público, mas também pela iniciativa privada. É um novo modelo, mas a gente está acreditando na proposta de trabalho da Riotur para apoiar o prefeito num momento de crise que passam todas as prefeituras, e o Rio de Janeiro não é exceção”, declarou o presidente da Liesa, Jorge Castanheira.

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Entenda o caso do corte de verba

Crivella anunciou que pretende cortar em 50% a verba destinada às escolas de samba para investir em creches. O valor em 2017 foi de R$ 24 milhões, sendo R$ 2 milhões para cada agremiação. Como em 2018 serão 13 escolas no Grupo Especial, a expectativa era que o montante chegasse a R$ 26 milhões. Mas, conforme a Riotur (Empresa Municipal de Turismo do Rio de Janeiro), responsável por organizar a festa, já confirmou, o valor ficará mesmo em R$ 13 milhões.

A Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba) anunciou que, sem os R$ 13 milhões, os desfiles ficam inviáveis em 2018, e decidiu suspender as apresentações até que as partes cheguem a um acordo. A entidade espera conseguir um encontro com o prefeito, algo que vem tentando há meses, sem sucesso.

A Riotur disse, em nota, que o Carnaval está garantido e afirmou que vai buscar na iniciativa provada os recursos para as escolas. Mas confirma que as creches são prioridade.

Em resposta, sambistas realizaram um protesto. O grupo se concentrou em frente ao edifício administrativo da prefeitura, na Cidade Nova, e caminhou até a Marquês de Sapucaí.

O prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis, se prontificou a ajudar e ofereceu levar os desfiles para a cidade da Baixada Fluminense. “A festa traz receita, movimenta a economia. Tem dinheiro para tudo. Se puder levar a Sapucaí para Caxias, eu banco. Vai dar lucro, traz turistas, é importante para a cidade”, disse Reis ao jornal Extra.

No dia 28 de junho, Crivella recebeu as escolas de samba e ficou decidido que haverá desfile em 2018.

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Romulo Tesi

Romulo Tesi Jornalista carioca, criado na Penha, residente em São Paulo desde 2009 e pai da Malu. Nasci meses antes do Bumbum Paticumbum Prugurundum imperiano de Aluisio Machado, Beto Sem Braço e Rosa Magalhães, em um dia de Vasco x Flamengo, num hospital das Cinco Bocas de Olaria, pertinho da Rua Bariri e a uma caminhada do Cacique de Ramos, do outro lado da linha do trem. Por aí virei gente. E aqui é o meu, o nosso espaço para falar de samba e Carnaval.

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