Riotur nega que Prefeitura tenha R$ 3 bilhões de lucro com Carnaval

Comissão de frente da Mocidade em 2017 – Tata Barreto/Riotur

A Riotur divulgou uma nota, nesta quarta-feira, para esclarecer que os R$ 3 bilhões movimentados pelo Carnaval 2017 no Rio de Janeiro não correspondem ao valor total que foi para os cofres da Prefeitura. A empresa, responsável por organizar a festa, afirma que apenas R$ 90 milhões vão para a administração municipal, referentes à arrecadação de impostos.

“Não há lucro líquido de R$ 3 bilhões para a Prefeitura”, afirma a Riotur.

A explicação tem um motivo: ao questionar o corte de 50% das verbas da Prefeitura para as escolas de samba, a Liesa e alguns presidentes das agremiações citaram justamente esses R$ 3 bilhões – logo os R$ 26 milhões pedidos para o Carnaval não fariam diferença.

A Riotur lembra ainda que a administração investe R% 55 milhões com o Carnaval.

“(…) a cidade recebeu público estimado de 1,1 milhão de turistas durante o período do carnaval, o que gerou um impacto econômico de R$ 3 bilhões. Este valor é um dado de movimentação financeira, e não representa o que entrou nos cofres do município. Os R$ 3 bilhões são referentes a consumos, como restaurantes, shoppings e hotéis, por exemplo”, afirma a Riotur.

“Desta movimentação, a prefeitura tem a sua participação em arrecadação de impostos, que, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas, são da ordem de 2,7% a 3% – números estes que chegam a uma arrecadação em torno de R$ 90 milhões”, completa.

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Entenda o caso

Crivella anunciou que pretende cortar em 50% a verba destinada às escolas de samba para investir em creches. O valor em 2017 foi de R$ 24 milhões, sendo R$ 2 milhões para cada agremiação. Como em 2018 serão 13 escolas no Grupo Especial, a expectativa era que o montante chegasse a R$ 26 milhões. Mas, conforme a Riotur (Empresa Municipal de Turismo do Rio de Janeiro), responsável por organizar a festa, já confirmou, o valor ficará mesmo em R$ 13 milhões.

A Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba) anunciou que, sem os R$ 13 milhões, os desfiles ficam inviáveis em 2018, e decidiu suspender as apresentações até que as partes cheguem a um acordo. A entidade espera conseguir um encontro com o prefeito, algo que vem tentando há meses, sem sucesso.

Na última sexta-feira, a Riotur disse, em nota, que o Carnaval está garantido e afirmou que vai buscar na iniciativa provada os recursos para as escolas. Mas confirma que as creches são prioridade.

Em resposta, sambistas realizaram um protesto no sábado. O grupo se concentrou em frente ao edifício administrativo da prefeitura, na Cidade Nova, e caminhou até a Marquês de Sapucaí.

O prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis, se prontificou a ajudar e ofereceu levar os desfiles para a cidade da Baixada Fluminense. “A festa traz receita, movimenta a economia. Tem dinheiro para tudo. Se puder levar a Sapucaí para Caxias, eu banco. Vai dar lucro, traz turistas, é importante para a cidade”, disse Reis ao jornal Extra.

Romulo Tesi

Romulo Tesi Jornalista carioca, criado na Penha, residente em São Paulo desde 2009 e pai da Malu. Nasci meses antes do Bumbum Paticumbum Prugurundum imperiano de Aluisio Machado, Beto Sem Braço e Rosa Magalhães, em um dia de Vasco x Flamengo, num hospital das Cinco Bocas de Olaria, pertinho da Rua Bariri e a uma caminhada do Cacique de Ramos, do outro lado da linha do trem. Por aí virei gente. E aqui é o meu, o nosso espaço para falar de samba e Carnaval.

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