Águia de Ouro anuncia enredo inspirado em música de Luiz Antonio Simas

A atual campeã do Carnaval de São Paulo, a Águia de Ouro, anunciou neste sábado, 9, seu enredo para o Carnaval 2021.

A escola vai tentar o bicampeonato com “Afoxé de Oxalá – No ‘Cortejo de Babá’, Um Canto de Luz em Tempo de Trevas”, inspirado na música “No Cortejo de Baba/Afoxé de Oxalá”, ijexá composta pelo historiador e professor Luiz Antônio Simas.

Ouça a música abaixo:

“Só posso agradecer a Oxalá! Jamais imaginei que essa canção chegasse a esse ponto”, escreveu Simas no Twitter sobre o enredo.

O desenvolvimento do desfile ficará a cargo do carnavalesco Sidnei França. “Obrigado, mestre Luiz Antonio Simas por tanta inspiração… Honrarei na passarela do samba o teu legado imenso para este país!”, publicou França.

Luiz Antonio Simas – Reprodução/Facebook

Simas é um dos intelectuais mais importantes e influentes do país atualmente, dedicado à cultura popular brasileira, especialmente ao samba e à religião, e do óbvio encontro dos dois temas. É autor de vários livros sobre os temas, incluindo o “Dicionário da história social do samba”, escrito com o mestre Nei Lopes e ganhador do Prêmio Jabuti. Simas também é comentarista da Rádio Arquibancada e jurado do Estandarte de Ouro,

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Quando compus o Afoxé de Oxalá (Cortejo de Babá), quis apenas fazer um ijexá singelo para reverenciar Oxalá, como quem…

Publicado por Luiz Antonio Simas em Sábado, 9 de maio de 2020

Veja abaixo a logo

Veja a letra de  “No Cortejo de Baba / Afoxé de Oxalá”:

DEBAIXO DO SEU ALÁ
MISERICORDIOSO
BABÁ ME DE PROTEÇÃO
ESCUTA MINHA ORAÇÃO
ME GUARDA COM SEU ALÁ
QUE GUARDA TODO ESSE POVO.

BABÁ É SENHOR IDOSO
É MOÇO QUE FAZ A GUERRA
É O AR QUE ALIMENTA O FOGO
A CHUVA QUE MOLHA A TERRA

CAJADO E OPAXORÔ
BABÁ ME ESTENDA A MÃO
AMENIZA A MINHA DOR
ENQUANTO PILA O PILÃO

VAI UM CORTEJO FUNFUN
TOCANDO SEU IJEXÁ
A SOMA DE CEM É UM
UMA SÓ VOZ A CANTAR

(ALÁ, Ô ALÁ, ORUM ALÁ / ORUM IÊ)

Romulo Tesi

Romulo Tesi Jornalista carioca, criado na Penha, residente em São Paulo desde 2009 e pai da Malu. Nasci meses antes do Bumbum Paticumbum Prugurundum imperiano de Aluisio Machado, Beto Sem Braço e Rosa Magalhães, em um dia de Vasco x Flamengo, num hospital das Cinco Bocas de Olaria, pertinho da Rua Bariri e a uma caminhada do Cacique de Ramos, do outro lado da linha do trem. Por aí virei gente. E aqui é o meu, o nosso espaço para falar de samba e Carnaval.

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