Alcione, Nelson Sargento e Leci Brandão serão heróis negros no desfile da Mangueira

O carnavalesco Leandro Vieira tem usado seu perfil no Instagram para revelar alguns detalhes do desfile da Mangueira de 2019, que terá como enredo “História para ninar gente grande”, sobre os heróis esquecidos pela história oficial do Brasil.

O artista anunciou recentemente a participação de três ilustres mangueirenses na apresentação do próximo ano – todos com papéis importantes na narrativa proposta por Vieira.

Segundo o carnavalesco, Alcione, Nelson Sargento e Leci Brandão desfilarão representando três dos principais personagens do enredo.

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Alcione será Dandara dos Palmares, mulher de Zumbi dos Palmares, que escapou da escravidão, lutou pela defesa do quilombo e se matou para não ter que se entregar às forças portuguesas, em 1694.

Nelson encarnará Zumbi dos Palmares, ex-escravo, fundador do Quilombo dos Palmares, talvez a liderança negra mais importante da história do país, símbolo de luta pelos direitos dos negros no Brasil. Zumbi foi capturado e morto em 1695, e teve sua cabeça exposta em Recife.

Já Leci será Luiza Mahin, guerreira que fugiu do flagelo da escravidão e lutou em algumas das mais famosas revoltas abolicionistas do Brasil, como a dos Malês, na Bahia. Conhecida pela força, mas também pela inteligência, Luiza tem destino desconhecido após sua captura. Antes, deu ao país o filho Luiz Gama, poeta e abolicionista.

Leci é, inclusive, citada na letra do samba da escola para 2019, ao lado de Jamelão: “Dos Brasis que se faz um país de Lecis, Jamelões”.

Mudanças

Em tempo: Leandro Vieira também já anunciou que fará alterações no enredo após a escolha do samba de Deivid Domênico e parceiros. A aposta do óbvia do blog é que será feita alguma homenagem a Marielle Franco, vereadora assassinada este ano no Rio, exaltada na letra da obra.

O samba, inclusive, passou com a letra intacta após vencer a disputa, e apenas algumas mudanças na melodia foram feitas para a gravação oficial. A escola já gravou a base para a faixa do CD.

Ouça o samba, na versão da disputa:

 

Romulo Tesi

Romulo Tesi Jornalista carioca, criado na Penha, residente em São Paulo desde 2009 e pai da Malu. Nasci meses antes do Bumbum Paticumbum Prugurundum imperiano de Aluisio Machado, Beto Sem Braço e Rosa Magalhães, em um dia de Vasco x Flamengo, num hospital das Cinco Bocas de Olaria, pertinho da Rua Bariri e a uma caminhada do Cacique de Ramos, do outro lado da linha do trem. Por aí virei gente. E aqui é o meu, o nosso espaço para falar de samba e Carnaval.

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