Carnavalesco assina figurino da abertura da Copa América

Severo Luzardo – Reprodução/Facebook

A cerimônia de abertura da Copa América terá um pouquinho de Carnaval. Nada de bateria de escola de samba no Morumbi, nesta sexta-feira, 14. A contribuição será nos figurinos dos dançarinos, assinados pelo carnavalesco Severo Luzardo, ex-União da Ilha e da Os Rouxinóis, de Uruguaiana.

O show terá como estrelas o cantor brasileiro Léo Santana e a colombiana Karol G – e será curtinho: apenas 10 minutos, a partir das 21h10. Às 21h30 a bola rola para Brasil x Bolívia.

A participação dos artistas do samba em eventos similares não é de agora. Rosa Magalhães, da Estácio de Sá, trabalhou na cerimônia de encerramento da Olimpíada do Rio, em 2016, e nas festas de abertura e da final dos Jogos Pan-Americanos de 2007, todas no Maracanã.

No final do Rio 2016, por exemplo, a cerimônia teve ritmistas, interpretes e passistas.

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Na Copa das Confederações de 2013, Paulo Barros, da Unidos da Tijuca, assinou as cerimônias de abertura e encerramento. Na ocasião, a festa que fechou a competição, antes da final entre Brasil e Espanha, acabou marcada por um protesto. Dois figurantes saíram da coreografia, levantaram faixas com palavras de ordem e foram retirados do campo por seguranças.

Uma das faixas clamava pela “imediata anulação da privatização do Maracanã”. A outra, com as cores do arco íris, defendia os direitos da comunidade LGBT: “Ser gay é mara. Aberração é o preconceito”.

Protesto no encerramento da Copa das Confederações – Nilton Fukuda/Estadão Conteúdo

“Nunca mais!”

Diferente de Rosa, que ficou satisfeita com o trabalho e chegou a lançar um livro sobre as experiências (“E vai rolar a festa…”, Editora Nova Terra), Barros não gostou. Tanto que anunciou dias depois da competição: “Viva o Carnaval! Copas, Olimpíadas, eventos, shows… Nunca mais!”.

A festa teve apresentações de sambistas e de casais de mestre-sala e porta-bandeira. Ainda que tenha proximidade com essas manifestações, Barros reclamou da falta de autonomia para criar e gerir os participantes.

“Não é minha praia. Meu negócio é Carnaval”, declarou o carnavalesco em entrevista a este jornalista em 2013. Leia aqui.

Na final da Copa do Mundo de 2014, no Brasil, teve mais mais Carnaval na cerimônia de encerramento – sem carnavalescos, mas com os sambistas mesmo: coube à bateria da Grande Rio ajudar a fazer a trilha sonora da festa. Na véspera, o grupo ensaiou no Maracanã com cânticos de provocação a Maradona.

Romulo Tesi

Romulo Tesi Jornalista carioca, criado na Penha, residente em São Paulo desde 2009 e pai da Malu. Nasci meses antes do Bumbum Paticumbum Prugurundum imperiano de Aluisio Machado, Beto Sem Braço e Rosa Magalhães, em um dia de Vasco x Flamengo, num hospital das Cinco Bocas de Olaria, pertinho da Rua Bariri e a uma caminhada do Cacique de Ramos, do outro lado da linha do trem. Por aí virei gente. E aqui é o meu, o nosso espaço para falar de samba e Carnaval.

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