A presidente do Palmeiras e proprietária da Crefisa, Leila Pereira, disse em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo que rompeu com a escola de samba palmeirense Mancha Verde. O fim da parceria encerra uma era de patrocínios polpudos para a agremiação, que recebeu quase R$ 15 milhões até 2021 da financeira, repetindo o mesmo padrão de investimento, guardadas as proporções, da empresa no futebol do Palmeiras.
O racha da Crefisa com a escola tem como pano de fundo o assessor pessoal da dirigente, Olivério Júnior, tido como corintiano e, logo, tratado como persona non grata entre torcedores – principalmente da organizada que deu origem à agremiação.
Diante da pressão, Olivério deixou o cargo que ocupava no departamento de comunicação do Palmeiras, mas o profissional segue atendendo diretamente a dirigente.
Os aportes da Crefisa eram feitos via Lei de Incentivo à Cultura, a Lei Rouanet, desde 2016. Na ocasião, a empresária repassou modestos R$ 250 mil para a escola via mecanismo.
No ano seguinte, o valor subiu para R$ 1,3 milhão. Em 2018, o patrocínio saltou para R$ 2,3 milhões. No ano do primeiro título da Mancha, em 2019, a ajuda bateu R$ 3,4 milhões. No último desfile antes da paralisação para a pandemia, em 2020, a escola recebeu o valor recorde de R$ 3,98 milhões. Os dados são da Secretaria Especial da Cultura, do Ministério do Turismo.
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Para 2022, o repasse foi de R$ 3.651.657, com a última parcela paga em julho de 2021, o que permitiu a escola adiantar os trabalhos de barracão. Para 2023, caso não haja uma reviravolta, a fonte de recursos da Crefisa via Lei Rouanet secou.
“É óbvio que o dinheiro sempre foi meu. Eu escolho e faço o aporte aos projetos da Lei. Recebo 150 projetos por ano, mas escolho o da Mancha”, afirmou Leila ao Estadão.
As cifras parecem modestas para o mercado da bola, mas no Carnaval elas fazem a diferença, ainda mais em tempos de recursos limitados para as agremiações.
Até a atual desavença entre as partes, Mancha e Crefisa construíram uma relação que parecia inabalável. Na mesma época, Leila ganhou espaço no clube até se tornar conselheira e, recentemente, ser eleita presidente do Verdão.
Em fevereiro de 2019, ano consagrador para a escola, a Mancha chegou a rebatizar sua quadra com os nomes de Leila e do marido, José Roberto Lamacchia.
O dinheiro permitiu, além de desfiles mais robustos e luxuosos, a contratação do carnavalesco Jorge Freitas, um dos mais exaltados profissionais do Carnaval paulista, com cinco títulos do Grupo Especial – incluindo dois na rival Gaviões da Fiel.
Na Mancha, Freitas ganhou o título de 2019 e o vice de 2020. Em 2021, porém, o carnavalesco deixou a escola antes do desfile, mas, como afirmam na comunidade do samba, com o barracão pronto.
Em meio à briga entre dirigente/empresária e torcida organizada, houve inclusive a devolução de R$ 200 mil, pagos pela Crefisa para custear a viagem de torcedores para o Mundial de Clubes, em Abu Dhabi, em fevereiro deste ano.
O presidente de honra da Mancha, Paulo Serdan, confirmou em live a conversa com Leila em janeiro, antes do Mundial, para reclamar da presença de Olivério, e lamentou que torcida e presidência tenham perdido o diálogo.
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