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Crivella descarta voltar atrás e mantém corte de verba para escolas de samba

Marcelo Crivella – Fernando Frazão/Agência Brasil

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, reafirmou que não voltará atrás da decisão de cortar 50% da verba destinada às escolas de samba. Em reportagem do jornal O Globo, Crivella se mostrou irredutível e citou pesquisa feita junto à população da cidade para justificar a decisão.

“Não posso voltar atrás, porque pesquisas de opinião feitas entre a população (favorável ao corte) não me permitem isso”, declarou o prefeito, que citou a criação de um fundo de investimento como alternativa às agremiações.

“Vamos criar um fundo para investir R$ 200 milhões no turismo. Se o Conselho de Turismo quiser investir algo no carnaval, poderá fazê-lo. A prefeitura com recursos próprios, não”, afirmou.

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As declarações frustram as escolas, que ainda tinham alguma esperança de conseguir convencer Crivella a mudar de ideia – ou ao menos reduzir o corte para apenas 25%.

Em reunião no último dia 28 de junho, na sede da Prefeitura, os dirigentes das agremiações fizeram um apelo ao alcaide, que repensasse a decisão, e deixaram algumas propostas com a administração municipal. Além de diminuir a facada de 50%, outra previa a isenção de ISS (Imposto sobre Serviço) – atualmente, a Prefeitura recolhe cerca de 5% do valor de cada ingresso vendido.

Um novo encontro estava marcado para esta segunda-feira (3), mas foi remarcada para o próximo dia 10. Diante da intransigência de Crivella, o clima entre as partes, que era de otimismo, pode mudar. E a pauta da reunião pode mudar totalmente. (Opinião do blog: isso se ela acontecer)

União da Ilha em 2016

Entenda o caso

Crivella anunciou que pretende cortar em 50% a verba destinada às escolas de samba para investir em creches. O valor em 2017 foi de R$ 24 milhões, sendo R$ 2 milhões para cada agremiação. Como em 2018 serão 13 escolas no Grupo Especial, a expectativa era que o montante chegasse a R$ 26 milhões. Mas, conforme a Riotur (Empresa Municipal de Turismo do Rio de Janeiro), responsável por organizar a festa, já confirmou, o valor ficará mesmo em R$ 13 milhões.

A Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba) anunciou que, sem os R$ 13 milhões, os desfiles ficam inviáveis em 2018, e decidiu suspender as apresentações até que as partes cheguem a um acordo. A entidade espera conseguir um encontro com o prefeito, algo que vem tentando há meses, sem sucesso.

A Riotur disse, em nota, que o Carnaval está garantido e afirmou que vai buscar na iniciativa provada os recursos para as escolas. Mas confirma que as creches são prioridade.

Em resposta, sambistas realizaram um protesto. O grupo se concentrou em frente ao edifício administrativo da prefeitura, na Cidade Nova, e caminhou até a Marquês de Sapucaí.

O prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis, se prontificou a ajudar e ofereceu levar os desfiles para a cidade da Baixada Fluminense. “A festa traz receita, movimenta a economia. Tem dinheiro para tudo. Se puder levar a Sapucaí para Caxias, eu banco. Vai dar lucro, traz turistas, é importante para a cidade”, disse Reis ao jornal Extra.

No dia 28 de junho, Crivella recebeu as escolas de samba e ficou decidido que haverá desfile em 2018.

Romulo Tesi

Romulo Tesi Jornalista carioca, criado na Penha, residente em São Paulo desde 2009 e pai da Malu. Nasci meses antes do Bumbum Paticumbum Prugurundum imperiano de Aluisio Machado, Beto Sem Braço e Rosa Magalhães, em um dia de Vasco x Flamengo, num hospital das Cinco Bocas de Olaria, pertinho da Rua Bariri e a uma caminhada do Cacique de Ramos, do outro lado da linha do trem. Por aí virei gente. E aqui é o meu, o nosso espaço para falar de samba e Carnaval.

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