A Viradouro anunciou nesta sexta-feira (13) o enredo da escola para o Carnaval 2023: Rosa Courana, a Rosa Maria Egipcíaca, considerada a primeira mulher negra a escrever um livro no país, ainda na época da escravidão, e tratada como santa.
“Escravizada. Meretriz. Feiticeira. Beata. Escritora. Uma santa africana no Brasil. Mostraremos todas as pétalas – e espinhos – dessa linda flor. ‘A Flor do Rio de Janeiro’: Rosa Maria Egipcíaca da Vera Cruz”, publicou a escola no lançamento do enredo.
O desfile terá assinatura do carnavalesco Tarcísio Zanon, que permaneceu na escola após o terceiro lugar no Carnaval de 2023. Agora, porém, sem o parceiro Marcus Ferreira, que se mudou para a Mocidade Independente de Padre Miguel.
Nascida na África, em data e local incerto – fala-se em em Costa da Mina ou Golfo da Guiné -, Rosa foi escravizada e levada para o Rio de Janeiro ainda criança, aos seis anos de idade, em 1725, segundo artigo do projeto “Biografias de Mulheres Africanas”, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Maltratada pela vida no cativeiro, negociada e levada para Minas Gerais, Rosa foi estuprada e se prostituiu. Quando tinha cerca de 30 anos, sofreu uma grave doença e começou a relatar visões e experiências místicas. Passou então a frequentar a igreja católica e ser tratada como uma profetisa – primeiro na região de Ouro Preto (MG), depois no Rio de Janeiro.
Mais tarde Rosa adotou o nome Rosa Maria Egipcíaca da Vera Cruz, que seria uma homenagem a Santa Maria Egípcíaca, um ex-prostituta.
Rosa dizia ter visões do Menino Jesus, e narrou as experiências em um livro, “Sagrada teologia do amor de Deus luz brilhante das almas peregrinas”. Ela contava ter recebido de Jesus criança o título de Mãe da Justiça.
A protagonista do próximo desfile da Viradouro realizava cultos em que misturava elementos da crença católica com rituais afro, sendo considerada herege e falsa santa pelas autoridades religiosas. Denunciada pelo bispo do Rio de Janeiro ao Tribunal da Inquisição de Lisboa, em 1762, Rosa foi enviada a Portugal, onde foi presa.
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“É preciso apresentar histórias de personagens esquecidas pelo tempo”, afirma a Viradouro, sobre a personagem, pouco conhecida.
Há um livro sobre Rosa lançado no Brasil, chamado “Rosa Egipcíaca: Uma Santa Africana no Brasil” (Bertrand, 1993), escrito pelo professor Luiz Mott.
Além da Viradouro, a Grande Rio foi a outra escola do Grupo Especial a confirmar o enredo oficialmente para 2023, com o desfile dedicado ao sambista Zeca Pagodinho.
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