Mangueira anuncia permanência de Leandro Vieira enquanto Chiquinho for presidente

A Mangueira anunciou nesta segunda-feira a permanência do carnavalesco Leandro Vieira na escola para o Carnaval 2019.

Em declaração reproduzida pelo site da agremiação, o presidente da Verde e Rosa, Francisco de Carvalho, o Chiquinho, afirma que Vieira seguirá na Manga enquanto ele estiver no comando da escola. E com liberdade para criar.

“Minha relação com o Leandro sempre foi de diálogo e de palavra e por isso hoje tenho o prazer de informar a toda nação mangueirense que ele estará com a Mangueira em 2019 nos brindando com mais um belíssimo carnaval. Ele se comprometeu a estar comigo até quando eu estiver presidente e nossa contrapartida é dar as melhores condições possíveis de liberdade de criação ao artista que ele é”, disse Chiquinho, cujo atual mandato se encerra no próximo ano.

A Mangueira revela que Vieira teve “algumas propostas” para sair da escola.

“Tudo o que um carnavalesco iniciando sua trajetória precisa é de liberdade para a criação. Na Mangueira encontrei espaço para implantar minhas ideias, encontrei a possibilidade de iniciar o desenvolvimento de uma ‘assinatura’ própria, o que pra mim é muito caro. Acerto e erro na Mangueira sem ser apontado ou diminuído. Isso me força a melhorar. Me força a aprender”, declarou o carnavalesco, que agradeceu o presidente pela confiança depositada no jovem artista, que estreou na escola com o título de 2016.

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“Imagina o tanto que eu devo ao cara que apostou no ‘garoto’ de 2016 num momento em que a escola como um todo diminuía a contratação de um desconhecido? Imagina o tanto que eu devo a um cara que foi parceiro e que apesar da carreira política não forçou em momento algum meus trabalhos estarem sujeito ao politicamente correto? Cheguei em Mangueira sem grandes pretensões. Continuo sem tê-las. Há não ser a pretensão de seguir como seu carnavalesco até que o mandato do atual presidente chegue ao fim!”, completou Vieira.

Críticas a Crivella: ‘menospreza o Carnaval’

Uma mostra da liberdade dada ao carnavalesco foi a criação do enredo “Com dinheiro ou sem dinheiro, eu brinco”, motivado pelo corte de verba promovido pelo prefeito do Rio, Marcelo Crivella. Apesar da atuação política de Chiquinho, deputado estadual pelo partido Podemos, Vieira nunca poupou críticas ao bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus.

Crivella, inclusive, foi retratado como um boneco de Judas em um dos carros alegóricos da Mangueira este ano.

Mesmo Chiquinho foi duro ao criticar o prefeito após o desfile. Um dos articuladores do apoio de parte das escolas e da Liesa a Crivella durante a campanha para a Prefeitura em 2016, o dirigente admitiu ter errado. E ainda bateu forte no prefeito, fazendo comparações ao alcaide paulistano, João Doria, que esteve na Sapucaí, ao contrário do carioca.

“Crivella menospreza o Carnaval. Não dá valor. A Mangueira tinha que dar uma resposta para isso. O prefeito de São Paulo vem prestigiar o Carnaval do Rio, e o prefeito do Rio vai para Bruxelas (Bélgica). Nunca vi isso”, disparou Chiquinho.

Já Vieira, questionado pela reportagem do Portal da Band sobre a reação do prefeito, disparou: “estou cagando para o que o Crivella pensa”.