Pelo menos três escolas de samba do Rio se pronunciaram (até o fim da tarde desta quinta-feira) sobre o assassinato da vereador Marielle Franco (PSOL): Mangueira, Portela e Salgueiro.
Em comunicado publicado no Facebook, a Mangueira lamentou “profundamente” a morte da parlamentar e disse que o crime “atinge a todos moradores de favela, mulheres, LGBT, jovens e negras(os), que tinham na luta e na pessoa da Marielle uma voz que denunciava abusos de autoridades e a violência contra o povo excluído da nossa ‘cidade maravilhosa'”.
“Potencializamos nossa voz ao lado daqueles que defendem uma sociedade mais justa, democrática e igualitária para todas e todos para que este crime tenha rigorosa e imediata apuração. (…) Vamos prosseguir com sua luta contra a violência e os abusos contra o povo pobre, pois como cantamos em nosso desfile, ‘Ninguém vai calar a Estação Primeira’. Iremos plantar mais rosas que como Mariele ousaram falar, em breve teremos um lindo jardim e nossa cidade voltará a ser maravilhosa com uma primavera adorada”, publicou a agremiação.
O carnavalesco mangueirense, Leandro Vieira, compartilhou um vídeo em homenagem a Marielle, que circula na web, junto da frase “Pare o mundo que eu quero descer! #justiça #marielle #nãovãocalarMarielle”.
Já a Portela, por meio do Departamento Cultural da escola, recordou a passagem da vereadora pelo evento De Asas Abertas em 2017, em edição em homenagem às mulheres, e ainda decretou que todos seus eventos serão “atos de resistência cultural e política, em nome de Paulo da Portela, Antônio Candeia Filho e de todo povo negro”.
“Homens e mulheres da Portela não se calarão com a clara demonstração de intimidação que foi a execução da vereadora Marielle Franco”, declarou a escola em publicação no Facebook.
O Salgueiro publicou uma foto de Marielle no Instagram, com a pegunta provocativa feita anteriormente pela vereadora: “Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?”. A escola ainda usou a hashtag #senhorasdoventredomundo, título do enredo de 2018, sobre as matriarcas negras.
Tragédia
Marielle levou quatro tiros e morreu em uma emboscada no bairro do Estácio, na noite a última quarta-feira, depois de deixar um evento na Lapa. Ela era reconhecida pela sua militância no movimento negro, em defesa dos moradores das regiões periféricas e contra a violência policial nas favelas. A principal linha de investigação aponta para uma execução com motivações políticas.
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