Mangueira homenageia Marielle Franco e cobra solução do caso; deputados fazem ato com bandeiras de desfile

Depois da homenagem no samba e no desfile, a Mangueira lembrou de Marielle Franco nesta quinta-feira, 14, data que marca um ano da morte da vereadora e do motorista Anderson Gomes.

Em um post com uma arte em verde e rosa, o rosto de Marielle e a frase “Na luta é que a gente se encontra”, retirada do samba de 2019, a atual campeã do Carnaval diz que o “sangue derramado” da vereadora “espalha há 365 dias mais vontade, coragem, entusiasmo em milhões de corações de mulheres, negros, jovens, LGBT, moradores de comunidade e todos e todas que sonham com um Brasil que respeite as diferenças com igualdade social”.

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Na última terça-feira, foram presos dois suspeitos de serem os executores do assassinato de Marielle: o policial militar reformado Ronnie Lessa, de 48 anos, e o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, de 46 anos. No post desta quinta, a Mangueira cobra também uma solução do caso, com a descoberta dos mandantes do crime.

“O atentado contra o estado democrático de direito no dia 14 de março de 2018, ali no Estácio, onde surgiu a primeira Escola de Samba, não pode ficar impune. Marielle é uma vereadora eleita da cidade do Rio de Janeiro, queremos saber ‘Quem mandou matar Marielle’?”

Mônica Benício, viúva de Marielle Franco, no desfile da Mangueira, com a bandeira da vereadora ao fundo – Delmiro Junior/Agência O Dia/Estadão Conteúdo

A vereadora, ativista dos direitos humanos, foi citada no aclamado samba-enredo da Mangueira de 2019, no trecho “De ouvir as Marias, Mahins, Marielles, malês”, trilha do enredo sobre personagens esquecidos pela História oficial do Brasil. Zumbi dos Palmares, Dandara e Cunhambebe, entre outros, foram exaltados e revelados no enredo campeão da Manga, assinado pelo carnavalesco Leandro Vieira.

Na apresentação da segunda-feira de Carnaval, mais uma homenagem: com a viúva de Marielle, Mônica Beníncio, à frente, uma ala levava bandeiras de personalidades contemporâneas, como a vereadora e os mangueirenses Jamelão e Mussum.

Na mesma ala, um grupo, com o deputado federal e companheiro de PSOL, Marcelo Freixo entre os componentes, levou uma bandeira do Brasil verde e rosa, com a inscrição “Índios, Negros e Pobre” no lugar do “Ordem e Progresso”.

No Congresso

Ainda nesta terça, em ato de deputados federais de esquerda pela memória de Marielle, o grupo de parlamentares exibiu na Câmara reproduções da bandeira modificada e os retratos da vereadora usados no desfile da Mangueira.

Homenagem a Marielle promovida por deputados em Brasília usou a mesma arte utilizada pela Mangueira – Michel Jesus/Câmara dos Deputados

Leia abaixo o texto completo divulgado pela Mangueira:

Hoje completa um ano que Marielle Franco vive em nós, vive através de suas ideias por um mundo mais justo, democrático e igualitário.

O sangue derramado de Marielle espalha há 365 dias mais vontade, coragem, entusiasmo em milhões de corações de mulheres, negros, jovens, LGBT, moradores de comunidade e todos e todas que sonham com um Brasil que respeite as diferenças com igualdade social.

O atentado contra o estado democrático de direito no dia 14 de março de 2018, ali no Estácio, onde surgiu a primeira Escola de Samba, não pode ficar impune. Marielle é uma vereadora eleita da cidade do Rio de Janeiro, queremos saber “Quem mandou matar Marielle”?

Que as multidões verde e rosa, pretas e multicores tomem as ruas e praças do Brasil no dia de hoje exigindo que esse crime seja solucionado. 

Lute como uma Marielle!

Veja o clipe oficial do samba da Mangueira:

Romulo Tesi

Romulo Tesi Jornalista carioca, criado na Penha, residente em São Paulo desde 2009 e pai da Malu. Nasci meses antes do Bumbum Paticumbum Prugurundum imperiano de Aluisio Machado, Beto Sem Braço e Rosa Magalhães, em um dia de Vasco x Flamengo, num hospital das Cinco Bocas de Olaria, pertinho da Rua Bariri e a uma caminhada do Cacique de Ramos, do outro lado da linha do trem. Por aí virei gente. E aqui é o meu, o nosso espaço para falar de samba e Carnaval.

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