Ministro da Cultura confirma repasse de R$ 8 milhões para escolas de samba do Rio

Aladim da comissão de frente da Mocidade - Sofie Mentens/Riotur
Sérgio Sá Leitão, ministro da Cultura

O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, anunciou nesta terça-feira o repasse de R$ 8 milhões de verbas federais para as escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro. O montante já era conhecido há cerca de dois meses, mas somente hoje foi anunciado oficialmente.

Desse valor, R$ 7 milhões sairão dos recursos de marketing da Caixa Econômica Federal, e o restante seria viabilizado por meio da Lei Rouanet (de incentivo à cultura). Com isso, a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) terá que apresentar um projeto para receber a verba. A execução será acompanhada e fiscalizada pelo Ministério da Cultura.

O ministro também afirmou que o valor original planejado era de R$ 6 milhões, e não R$ 8 milhões, como anunciou.

“Acredito que, com isso, estamos cumprindo nosso compromisso”, disse Leitão ao G1.

Aladim da comissão de frente da Mocidade - Sofie Mentens/Riotur
Aladim da comissão de frente da Mocidade – Sofie Mentens/Riotur

Diferença

O valor é R$ 5 milhões menor que os R$ 13 milhões que seriam necessários para cobrir o buraco no orçamento causado pelo corte de verba feito pelo prefeito Marcelo Crivella. Até o ano passado, a subvenção municipal era de R$ 2 milhões para cada agremiação. Em 2017, porém, Crivella reduziu os recursos pela metade.

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Em encontro entre representantes das escolas e o presidente Michel Temer, em julho, a promessa era de que o Governo Federal repassaria R$ 13 milhões, segundo presentes. Entre eles o deputado federal Pedro Paulo (PMDB-RJ). Em entrevista à BandNews FM há cerca de três meses, Leitão também falou no mesmo montante ao defender o investimento.

“É uma questão de matemática. O Carnaval do Rio custa R$ 150 milhões. A prefeitura entra com R$ 13 milhões, o Governo Federal entra com mais R$ 13 milhões e dá início no processo. Mais R$ 124 milhões são as receitas Carnaval (venda de ingressos, de camarotes, dos patrocínios, direitos de transmissão de televisão, venda de CDs, etc). Com isso a gente gera R$ 2,2 bilhões para a economia da cidade. E não é só o hotel e restaurante. É o camelô que está vendendo uma cervejinha, as costureiras (de fantasias)… É um mundo que vive em torno disso”, declarou Leitão em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, do programa O É da Coisa, da rádio BandNews FM.

Anteriormente, em entrevista ao Setor 1, o presidente da Liesa, Jorge Castanheira, afirmou que ainda havia esperança de receber a diferença. “Estamos em conversas para conseguir os outros R$ 5 milhões”, disse o dirigente na ocasião. A expectativa era que outras estatais repetissem o gesto da Caixa.

Agora, o tempo é motivo de preocupação das escolas, que além da demora no repasse da prefeitura, os barracões da Cidade do Samba estavam, até o fim da semana passada, fechados por ordem do Ministério do Trabalho.

Romulo Tesi

Romulo Tesi Jornalista carioca, criado na Penha, residente em São Paulo desde 2009 e pai da Malu. Nasci meses antes do Bumbum Paticumbum Prugurundum imperiano de Aluisio Machado, Beto Sem Braço e Rosa Magalhães, em um dia de Vasco x Flamengo, num hospital das Cinco Bocas de Olaria, pertinho da Rua Bariri e a uma caminhada do Cacique de Ramos, do outro lado da linha do trem. Por aí virei gente. E aqui é o meu, o nosso espaço para falar de samba e Carnaval.

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