Morre o presidente da Imperatriz, Luizinho Drumond

O presidente e patrono da Imperatriz Leopoldinense, Luiz Pacheco Drumond, morreu nesta quarta-feira, 1, aos 80 anos. Luizinho, como era conhecido, sofreu um AVC (acidente vascular cerebral) em casa, na última terça, 31, e foi levado para o Hospital Copa Star, em Copacabana, mas não resistiu. O estado de saúde, segundo boletim médico, era considerado “muito grave”.

Em nota publicada no Instagram da escola, a Imperatriz informou o falecimento do dirigente. Ainda não há informações sobre o funeral.

“Hoje a Imperatriz chora, o mundo do samba chora e todo sambista chora. Que Deus receba nosso Patrono de braços abertos e que ele cuide de nós, como sempre fez em vida, onde quer que esteja”, publicou a Imperatriz.

“A dor é grande, mas o teu legado, Luiz Pacheco Drumond, fica para a eternidade. Para sempre lembraremos deste homem forte e leal”, afirma a escola em comunicado.

Em nota, o hospital lamentou a morte de Luizinho e informou que não tem autorização da família para divulgar mais detalhes.

Luxo e técnica

Homem forte da Imperatriz desde os anos 1970, Luizinho é considerado como um dos responsáveis pela mudança de patamar não só da agremiação de Ramos, mas também dos desfiles, com altas cifras investidas em apresentações cada vez mais luxuosas.

Sob sua presidência – ou influência -, a Imperatriz ganhou todos os seus oito títulos de Grupo Especial: 1980, 1981, 1989, 1994, 1995, 1999, 2000 e 2001. Nos anos 1990, a escola ficou conhecida por um estilo de desfile chamado “técnico”, voltado para atingir a perfeição em cada um dos quesitos.

Desfile da Imperatriz em 2020 – Fernando Grilli/Riotur

Luizinho foi presidente da escola, oficialmente, em três períodos: 1976-83, 1986-1992 e a partir de 2007.

No ano passado, após o rebaixamento da Imperatriz para a Série A (divisão de acesso), Luizinho chegou a anunciar sua renúncia da presidência da escola, mas voltou atrás após uma campanha da comunidade gresilense. Na avenida, a agremiação se sagrou campeã e garantiu a volta ao Grupo Especial.

O dirigente também presidiu a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) entre 1998 e 2001.

Luizinho também teve passagem pelo futebol, comandando a modalidade no Botafogo em três oportunidades: 1984, 1990 e 2002.

Bicho

Apontado pela Justiça do Rio de Janeiro como integrante da cúpula do jogo do bicho, Luizinho foi condenado, em 1993, pela juíza Denise Frossard, a seis anos de prisão por formação de quadrilha e bando armado. Em 1996, foi solto, beneficiado por um indulto de Natal.

Leia abaixo a nota da Imperatriz:

A pior das noticias que poderíamos dar.

Neste dia 01 de julho de 2020, às 11:05h, a família Drumond, com muito pesar, comunica o falecimento da pessoa mais forte que conhecemos: nosso presidente e patrono, LUIZ PACHECO DRUMOND, Luizinho Drumond, como gostava de ser chamado. Hoje a Imperatriz chora, o mundo do samba chora e todo sambista chora. Que Deus receba nosso Patrono de braços abertos e que ele cuide de nós, como sempre fez em vida, onde quer que esteja.

Em breve comunicaremos local e data do sepultamento.

A dor é grande, mas o teu legado, Luiz Pacheco Drumond, fica para a eternidade. Para sempre lembraremos deste homem forte e leal.

Descanse na eterna paz do Senhor Jesus Cristo.

Romulo Tesi

Romulo Tesi Jornalista carioca, criado na Penha, residente em São Paulo desde 2009 e pai da Malu. Nasci meses antes do Bumbum Paticumbum Prugurundum imperiano de Aluisio Machado, Beto Sem Braço e Rosa Magalhães, em um dia de Vasco x Flamengo, num hospital das Cinco Bocas de Olaria, pertinho da Rua Bariri e a uma caminhada do Cacique de Ramos, do outro lado da linha do trem. Por aí virei gente. E aqui é o meu, o nosso espaço para falar de samba e Carnaval.

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