O pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro pelo Democratas, Eduardo Paes, criticou duramente o prefeito Marcelo Crivella nesta segunda-feira, 27, durante debate da Rádio Arquibancada. Ao comentar a proposta de Crivella, que cogita realizar uma pesquisa de opinião junto à população carioca para decidir sobre a realização do Carnaval em 2021, Paes sugeriu que o adversário não quer assumir a responsabilidade.
“O prefeito é pipoqueiro, aquele jogador de futebol que não vai para a bola dividida”, declarou Paes, que prevê a saída de Crivella do cargo após as eleições deste ano.
“A vantagem é que ele não vai estar lá. Não estou dizendo que eu vou estar. Espero estar eu, mas não quero ser arrogante a esse ponto. Mas te garanto que o Crivella não vai ser o prefeito do Rio de Janeiro no Carnaval do próximo ano, graças ao nosso bom Deus”, completou.
Crivella ainda não confirmou se tentará a reeleição.
“Covardia”
Ao cortar a verba para as escolas de samba, Crivella afirmou que a prefeitura não tinha dinheiro em caixa suficiente, e que priorizaria as creches. Para Paes, é possível apoiar o Carnaval, inclusive com a tradicional subvenção, e investir em saúde e educação, por exemplo. Mesmo num cenário de crise pós-pandemia de coronavírus.
“Basta governar bem. As coisas não são excludentes”, afirmou Paes, que chamou de “covardia” a posição do prefeito. Para ele, Crivella foi “competente na sua covardia” ao convencer parte da população de que o Carnaval é gasto, não investimento.
“A gente não foi competente para mostrar a importância do Carnaval. Nós precisamos esclarecer a população sobre a importância cultural e econômica do Carnaval”, disse. “É uma vergonha gastar uma fortuna para fazer um comercial para dizer que aquilo que traz divisas para a cidade, uma manifestação cultural importante, é uma porcaria para a cidade. Inventou números”, completou, mencionando a campanha publicitária, lançada pela prefeitura em 2019, que defendia o fim do repasse de dinheiro público para as escolas.
“Subsídio não é questão central”
Até 2016, último ano da gestão Paes, a subvenção atingiu R$ 2 milhões por escola do Grupo Especial. Após assumir em 2017, Crivella anunciou o primeiro corte, para R$ 1 milhão. No ano seguinte, uma nova “tesourada” de 50%, até zerar os repasses no ano passado.
Apesar de dizer que é possível retomar a subvenção às agremiações, Paes evitou garantir o repasse. E minimizou a importância da verba.
“A questão central não é subsídio. Carnaval precisa de respeito institucional, carinho, apoio e organização do prefeito”, afirmou.
Assista ao debate na íntegra:
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