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Paes critica corte de verba do Carnaval e cutuca Crivella

Eduardo Paes com a Corte do Carnaval de 2010 –
Pedro Kirilos/Riotur

Ex-prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes entrou na polêmica sobre o corte de verbas para o Carnaval.

Citado, direta ou indiretamente, pelo atual prefeito, Marcelo Crivella, aliados e membros da administração municipal, Paes criticou a redução em 50% dos repasses para as escolas de samba.

“Não bastasse tudo o que o carnaval representa na alma carioca sabia também que ali estava uma atividade econômica importantíssima para nossa cidade. Geradora de emprego e vital para nosso turismo”, declarou Paes em seu perfil no Instagram.

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“Governar é fazer escolhas. O atual prefeito mostra quais são as suas”, disparou o portelense.

O ex-prefeito, que teve durante anos a imagem vinculada à festa, declarou que o Carnaval sempre teve seu apoio e que governou “para todos os cariocas” e suas manifestações.

Educação

Uma das justificativas de Crivella para o corte é que os valores estavam passando por uma atualização, já que a prefeitura, na gestão Paes, havia duplicado a subvenção, de R$ 1 milhão para R$ 2 milhões. O ex-prefeito se defendeu e disse que deixou 80% do repasse de 2017 realizado no ano passado.

“Em 2016 aumentei o subsídio para o carnaval porque a Petrobras e o governo do Estado deixaram de fazê-lo. E fiz isso em 2016 e em 2017 (deixei 80% pago no ano passado)”, ressaltou.

“Isso não significou um tostão a menos nos mais de 6 bi (de reais) no orçamento da educação”, completou Paes, em resposta a Crivella – o atual prefeito diz que usará a verba que era do Carnaval nas creches.

Crivella com dirigentes das escolas de samba durante campanha eleitoral – Foto: Divulgação

Entenda o caso

Crivella anunciou que pretende cortar em 50% a verba destinada às escolas de samba para investir em creches. O valor em 2017 foi de R$ 24 milhões, sendo R$ 2 milhões para cada agremiação. Como em 2018 serão 13 escolas no Grupo Especial, a expectativa era que o montante chegasse a R$ 26 milhões. Mas, conforme a Riotur (Empresa Municipal de Turismo do Rio de Janeiro), responsável por organizar a festa, já confirmou, o valor ficará mesmo em R$ 13 milhões.

A Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba) anunciou que, sem os R$ 13 milhões, os desfiles ficam inviáveis em 2018, e decidiu suspender as apresentações até que as partes cheguem a um acordo. A entidade espera conseguir um encontro com o prefeito, algo que vem tentando há meses, sem sucesso.

Na última sexta-feira, a Riotur disse, em nota, que o Carnaval está garantido e afirmou que vai buscar na iniciativa provada os recursos para as escolas. Mas confirma que as creches são prioridade.

Em resposta, sambistas realizaram um protesto no sábado. O grupo se concentrou em frente ao edifício administrativo da prefeitura, na Cidade Nova, e caminhou até a Marquês de Sapucaí.

O prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis, se prontificou a ajudar e ofereceu levar os desfiles para a cidade da Baixada Fluminense. “A festa traz receita, movimenta a economia. Tem dinheiro para tudo. Se puder levar a Sapucaí para Caxias, eu banco. Vai dar lucro, traz turistas, é importante para a cidade”, disse Reis ao jornal Extra.

Leia o texto de Eduardo Paes na íntegra:

“Euforia com samba e carnaval surgiu em novembro de 1969 quando eu tive a sorte de nascer CARIOCA! A partir daí só fui desenvolvendo meu amor por essa incrível cidade, sua gente e sua cultura! A maior manifestação cultural dessa cidade – que mostra muito de quem somos – sempre teve meu apoio.

Quando virei prefeito entendi que meu papel era o de governar para todos os cariocas e apoiar suas manifestações. Independente de credo. Em 2016 aumentei o subsídio para o carnaval porque a Petrobras e o governo do Estado deixaram de fazê-lo. E fiz isso em 2016 e em 2017(deixei 80% pago no ano passado). Aliás, assumi o carnaval, dois hospitais na Zona Oeste, as bibliotecas parque e tantas outras coisas porque sabíamos que o povo nada tem q ver com a incapacidade desse ou daquele governante.

Isso não significou um tostão a menos nos mais de 6 bi (de reais) no orçamento da educação. Foram mais de 300 novas escolas (na busca do horário integral), equiparação de P1 com P2, reajuste anual.

Não bastasse tudo o que o carnaval representa na alma carioca sabia também que ali estava uma atividade econômica importantíssima para nossa cidade. Geradora de emprego e vital para nosso turismo.

É isso mesmo: Governar é fazer escolhas. O atual prefeito mostra quais são as suas.”

Romulo Tesi

Romulo Tesi Jornalista carioca, criado na Penha, residente em São Paulo desde 2009 e pai da Malu. Nasci meses antes do Bumbum Paticumbum Prugurundum imperiano de Aluisio Machado, Beto Sem Braço e Rosa Magalhães, em um dia de Vasco x Flamengo, num hospital das Cinco Bocas de Olaria, pertinho da Rua Bariri e a uma caminhada do Cacique de Ramos, do outro lado da linha do trem. Por aí virei gente. E aqui é o meu, o nosso espaço para falar de samba e Carnaval.

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