No Carnaval engajado de 2018 do Rio de Janeiro, será da Paraíso da Tuiuti uma das fantasias mais críticas – e com toque de humor.
No último setor do desfile sobre os 130 anos da Lei Áurea, uma ala representará os manifestantes que protestaram nas ruas pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, principalmente entre 2015 e 2106.
Os componentes usarão nariz de palhaço e uniforme alusivo ao da Seleção Brasileira, com um pato inflável, semelhante ao que a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) exibia na Avenida Paulista durante os protestos. Nas mãos do desfilante, colher de pau e panela, usados pelos manifestantes em protestos quando a presidente Dilma fazia pronunciamentos na TV.
O que deixa a tiração de sarro com os chamados “paneleiros” ainda mais ácida é uma grande mão colocada nas costas do desfilante. Dos dedos saem cordas, que são presas aos braços e ombros dos componentes, como se esses fossem meras marionetes de alguém mais poderoso.
A gozação é apenas parte do desfile que falará sobre a escravidão e os reflexos dela no Brasil até hoje. Nesse contexto, o carnavalesco Jack Vasconcelos convida a um questionamento, que inclusive batiza o enredo “Meu Deus, Meu Deus, Está Extinta a Escravidão?”. A recente reforma trabalhista, por exemplo, também é alvo da crítica da escola.
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