O presidente da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), Jorge Perlingeiro, garante que não vai permanecer à frente da entidade para mais um mandato. Eleito em 2021, Perlingeiro, 78 anos, afirmou ao Setor 1 que não tentará a reeleição ao posto. Com isso, a passagem do locutor da apuração do Carnaval pelo comando da Liesa se encerra em 2024. Antes, porém, o dirigente quer promover os festejos do aniversário de 40 anos da liga, fundada em 1984.
A ideia é fazer uma festa para cerca de 800 convidados, além de desfiles temáticos nas aberturas das apresentações do Carnaval do próximo anos, com homenagens a personalidades importantes da liga.
Os cortejos seriam feitos na Marquês de Sapucaí, antes dos desfiles oficiais do Grupo Especial, no domingo e na segunda-feira de Carnaval.
“Depois dessa missão, eu me julgo totalmente cumpridor das minhas obrigações na liga”, declarou Perlingeiro, que fala em seguir lendo as notas na apuração e ajudando a coordenar os desfiles. “Se precisarem de mim”, afirmou.
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O desfile seria uma “retrospectiva” com os artistas e pessoas em geral que ajudaram a construir o Carnaval nos últimos 40 anos. “Pode ter [os carnavalescos] Fernando Pinto, Joãosinho Trinta, Viriato Ferreira, [os dirigentes] Anísio Abraão David, Castor de Andrade, [Capitão] Guimarães…”, listou Perlingeiro, citando ainda Jorge Castanheira, presidente anterior da liga.
Também está nos planos o lançamento de um livro sobre os 40 anos da Liesa. Tornar a Cidade do Samba um polo de visitação turística é outro desejo.
“Eu quero sair ainda fazendo com que a Cidade do Samba não seja só uma fábrica de alegorias, mas um polo turístico, com um mega museu e praça de alimentação, com pagode todo dia. A ideia é movimentar aquilo para o turista ir lá todo dia”, afirmou o presidente da liga, admitindo, porém, que o projeto precisa de patrocínio.
Apoio financeiro, aliás, é algo que faltou no Carnaval de 2023, conforme o próprio Perlingeiro admite. A liga perdeu patrocinadores, e o montante repassado às escolas ficou abaixo da expectativa, afirma o dirigente.
Veja a ordem dos desfiles de 2023
“O que conseguimos arrecadar para as escolas não é o suficiente para muitas delas. Algumas vão gastar talvez até R$ 3 milhões a mais do que receberam”, disse o presidente, que estima em R$ 7 milhões o repasse para cada agremiação, somando verbas da subvenção da prefeitura, venda de ingressos e direitos de transmissão da TV Globo.
As eleições de 2022 e o pós-pandemia estão, segundo ele, por trás da falta de patrocinadores.
“Mas isso não quer dizer que ganha [o Carnaval] quem gasta mais. Dinheiro não é tudo no Carnaval, vale a criatividade. É igual ao futebol. Olha o Flamengo no Mundial”, concluiu.
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