Por coerência com enredo, São Clemente abole alas coreografadas

Ala coreografada da São Clemente de 2018 – Fernando Grilli/Riotur

Na reedição este ano do enredo de 1990, “E o samba sambou”, sobre o afastamento das escolas de suas tradições, a São Clemente decidiu não ficar somente no discurso. Por uma questão de coerência, a agremiação decidiu abolir uma das “amarras” dos componentes: as alas coreografadas.

A ordem repassada ao pessoal da Harmonia da escola é soltar os desfilantes para brincar ao som do clássico de Chocolate, Helinho 107, Mais Velho e Nino. “E o samba vai perdendo a tradição”, diz a letra que embalará a São Clemente em 2019 de novo.

Mais: a escola reduziu drasticamente o número de fantasias comerciais – as que não vendidas para componentes de fora da comunidade. Dos cerca de 3.200 figurinos, apenas 200 serão comercializadas para pessoas de fora da agremiação. A ideia é, com isso, também resolver um problema da escola de Botafogo em 2018: o canto.

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No último Carnaval, a São Clemente não levou sequer um 10 em Harmonia, perdendo cinco décimos (as notas foram 9,8; 9,8; 9,9 e 9,7). A escola terminou na 11ª colocação (de 13) com o enredo “Academicamente popular”, sobre os 200 anos da Escola de Belas Artes.

Ala coreografada da São Clemente de 2018 – Fernando Grilli/Riotur
Romulo Tesi

Romulo Tesi Jornalista carioca, criado na Penha, residente em São Paulo desde 2009 e pai da Malu. Nasci meses antes do Bumbum Paticumbum Prugurundum imperiano de Aluisio Machado, Beto Sem Braço e Rosa Magalhães, em um dia de Vasco x Flamengo, num hospital das Cinco Bocas de Olaria, pertinho da Rua Bariri e a uma caminhada do Cacique de Ramos, do outro lado da linha do trem. Por aí virei gente. E aqui é o meu, o nosso espaço para falar de samba e Carnaval.

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