Portela entrega sinopse do enredo de 2018; leia

Rosa Magalhães explica enredo da Portela para 2018 – Raphael Perucci/Divulgação

A Portela divulgou a sinopse do seu enredo para 2018 nesta quarta-feira, em sua sede. No próximo Carnaval, a escola vai narrar a saga dos judeus que deixaram a Europa no século 17, fugindo da inquisição, rumo ao Nordeste do Brasil, e que depois ajudaram na formação da cidade de Nova York.

A agremiação vai aproveitar o tema para erguer a bandeira contra a xenofobia.

Clique aqui e saiba mais sobre o enredo.

Agora é com os compositores.

Leia a sinopse:

Enredo: De Repente de Lá Pra Cá e Dirrepente de Cá Pra Lá…
Autora: Rosa Magalhães

Minha gente, se prepare
Que essa história vale a pena,
Tome assento, se acomode,
E vejam quem entra em cena
E quem sai, e onde se passa,
Onde termina, ou começa,
De onde vem ou se destina.

E por mais que cause espanto
os fatos que ora apresento
quem achar que isto é mentira
que vá ao Google e confira,
verifique e leia atento,
pois se ficou no passado
não foi menos registrado.

E assim já lhes adianto
que tem a ver com exílio,
mudança de domicílio,
com fuga e, logo e portanto,
com saudade do lar distante,
vida incerta de imigrante
mas esperança no horizonte.

Pra Pernambuco formosa
rica de açúcar e gente doce,
holandeses cobiçosos
chegaram como se fosse
sua própria casa ocupar,
abrindo porta e porteira
pra quem quisesse trabalhar.

De Portugal, perseguidos,
judeus lá foram aportar
fugindo da Inquisição,
que lhes proibia praticar,
no país sua religião.
Deixaram tudo pra trás
pra poder viver em paz.

Anos e anos depois,
Portugal reconquistou
a linda terra nordestina,
e sem dó logo expulsou
os judeus de triste sina,
que se dividiram em três
e de lá partiram de vez.

Uns seguiram pra Holanda,
sonhando com o amanhã;
outros foram pro Caribe,
mais perto, tentar a sorte;
outros pra Nova Amsterdã,
lá na América do Norte
– e quase encontraram a morte.

Esses últimos, coitados,
pelo meio do caminho
foram cruelmente atacados
‘cê nem imagina por quem:
um navio de piratas
do Caribe cobrando prata
e ouro pra tudo acabar bem.

Muitos anos se passaram.
Os ingleses conquistaram
aquela terra, e o povoado
de judeus e brasileiros
ganhou nome venerando
famoso no mundo inteiro:
Noviórque, é isso mesmo
Que você ‘tava pensando.

E quando, muito mais tarde
a França deu de presente
a Estátua da Liberdade,
em seu pedestal foi gravado
um poema da descendente
de um daqueles imigrantes
vindos do Brasil no passado.

No poema, tão bonito,
é como se a Estátua falasse
com os exilados aflitos,
sofridos, refugiados,
e a sua chama os guiasse
com generosa bondade
para o belo portão dourado
da Paz e da Liberdade.

Romulo Tesi

Romulo Tesi Jornalista carioca, criado na Penha, residente em São Paulo desde 2009 e pai da Malu. Nasci meses antes do Bumbum Paticumbum Prugurundum imperiano de Aluisio Machado, Beto Sem Braço e Rosa Magalhães, em um dia de Vasco x Flamengo, num hospital das Cinco Bocas de Olaria, pertinho da Rua Bariri e a uma caminhada do Cacique de Ramos, do outro lado da linha do trem. Por aí virei gente. E aqui é o meu, o nosso espaço para falar de samba e Carnaval.

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