O prefeito Marcelo Crivella vai enfrentar mais um protesto nesta sexta-feira, pelo corte de verba do Carnaval. Depois da manifestação do último sábado, uma roda de samba foi marcada para a frente da sede da Prefeitura do Rio. O evento estava agendado para esta sexta-feira, mas, por causa da chuva, foi transferido para a próxima segunda, às 17h.
A manifestação foi convocada pela Frente Popular do Samba, com o lema “Não é só pelos 50%, é por respeito!”. A frase remete ao slogan dos protestos de junho de 2013, que nasceram das marchas contra o aumento da tarifa de ônibus (“Não é por 20 centavos, é por direitos”).
Os organizadores pedem que as pessoas compareçam vestidas com a camisa da escola de samba para qual torcem.
“Mais do que cortar em 50% a subvenção das escolas de samba do Rio de Janeiro, o prefeito Marcelo Crivella desrespeita a maior manifestação popular da cidade. Estamos atentos e não permitiremos a tentativa de silenciamento da nossa cultura que está em curso. Na próxima sexta-feira, 23, às 17h, todos os sambistas estão convidados a se reunirem em frente à Prefeitura do Rio de Janeiro para fazermos com que nossa voz seja ouvida. Faremos o que sabemos fazer de melhor – e aquilo que o prefeito já demonstrou não gostar: samba!”, diz o texto de convocação.
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Entenda o caso
Crivella anunciou que pretende cortar em 50% a verba destinada às escolas de samba para investir em creches. O valor em 2017 foi de R$ 24 milhões, sendo R$ 2 milhões para cada agremiação. Como em 2018 serão 13 escolas no Grupo Especial, a expectativa era que o montante chegasse a R$ 26 milhões. Mas, conforme a Riotur (Empresa Municipal de Turismo do Rio de Janeiro), responsável por organizar a festa, já confirmou, o valor ficará mesmo em R$ 13 milhões.
A Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba) anunciou que, sem os R$ 13 milhões, os desfiles ficam inviáveis em 2018, e decidiu suspender as apresentações até que as partes cheguem a um acordo. A entidade espera conseguir um encontro com o prefeito, algo que vem tentando há meses, sem sucesso.
Na última sexta-feira, a Riotur disse, em nota, que o Carnaval está garantido e afirmou que vai buscar na iniciativa provada os recursos para as escolas. Mas confirma que as creches são prioridade.
Em resposta, sambistas realizaram um protesto no sábado. O grupo se concentrou em frente ao edifício administrativo da prefeitura, na Cidade Nova, e caminhou até a Marquês de Sapucaí.
O prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis, se prontificou a ajudar e ofereceu levar os desfiles para a cidade da Baixada Fluminense. “A festa traz receita, movimenta a economia. Tem dinheiro para tudo. Se puder levar a Sapucaí para Caxias, eu banco. Vai dar lucro, traz turistas, é importante para a cidade”, disse Reis ao jornal Extra.
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