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Samba mudou com Ismael Silva e o Fundo de Quintal, diz Teresa Cristina ao Pretoteca

O episódio desta semana do podcast Pretoteca, da BandNews FM, assinado pelo jornalista (e sambista) Luiz Teixeira, exalta a importância dos negros no samba, e joga luz sobre um dos maiores inventores do gênero: Ubirany, do Fundo de Quintal, que morreu no último dia 11.

Uma das maiores representantes do samba, a cantora Teresa Cristina “desenhou” para provar a importância de Ubirany, o criador do repique de mão e, consequentemente, responsável pela segunda revolução do batuque.

“O samba mudou com Ismael Silva e vai mudar depois com o Fundo de Quintal”, disse Teresa ao Pretoteca.

“É só você tentar imaginar a importância do Isamel para o samba e a importância desse movimento que o subúrbio de Ramos trouxe. Quando chega o Fundo de Quintal, a sonoridade muda, a linguagem muda. Esses poetas que estavam lá no Cacique de Ramos encantaram a Beth Carvalho. Era uma maneira de chegar às pessoas por um caminho mais curto. Ele [samba] ficou mais popular”, analisou Teresa.

Ubirany, do Fundo de Quintal – Divulgação/Facebook

Fenômeno de uma época de indústria fonográfica estebelecida, o Fundo de Quintal tem sua trajetória registrada e contada além da tradição oral, algo que a turma do Estácio, da qual Ismael fazia parte, não tiveram.

Convidado do episódio, o jornalista e crítico Djalma Campos lembra que não há registro de imagem ou som de Tia Ciata, figura decisiva para a música brasileira, que trouxe o samba para o Rio de Janeiro.

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“A gente não tem uma imagem da baiana que praticamente fundou o samba. É inadmissível”, afirma Djalma.

“É inadmissível que a gente não saiba o timbre de voz da Tia Ciata”, completou Teresa.

“É todo um processo de apagamento de história de vida, da música”, diz Luiz Teixeira.

O episódio aborda ainda sobre outros grandes nomes do samba e sobre as escolas de samba, além de analisar a importância do gênero na própria identidade negra.

Ouça:

Romulo Tesi

Romulo Tesi Jornalista carioca, criado na Penha, residente em São Paulo desde 2009 e pai da Malu. Nasci meses antes do Bumbum Paticumbum Prugurundum imperiano de Aluisio Machado, Beto Sem Braço e Rosa Magalhães, em um dia de Vasco x Flamengo, num hospital das Cinco Bocas de Olaria, pertinho da Rua Bariri e a uma caminhada do Cacique de Ramos, do outro lado da linha do trem. Por aí virei gente. E aqui é o meu, o nosso espaço para falar de samba e Carnaval.

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