Escolas de samba e a prefeitura do Rio de Janeiro estão definitivamente em pé de guerra. Após o anúncio de Marcelo Crivella, de que pretende cortar pela metade a verba destinada às agremiações, de R$ 24 milhões para R$ 12 milhões, a Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba) decidiu suspender os desfiles, alegando que as apresentações se tornam inviáveis com a redução. Agora, sambistas organizam um protesto contra a diminuição do repasse.
Batizada como “Sambando Contra o Corte do Prefeito”, a manifestação foi convocada pelas redes sociais e está marcada para o próximo sábado, às 15h. (Veja aqui)
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A ideia é marchar – ou melhor, sambar – da sede da Prefeitura, na Cidade Nova, até a Praça da Apoteose, no fim da Marquês de Sapucaí.
Até o início da tarde desta quinta, pouco mais de 350 pessoas já haviam confirmado presença, além de 300 interessados. Entre as personalidades que anunciaram apoio ao protesto está a ex-porta-bandeira da Portela Vilma Nascimento.
No texto de convocação, os organizadores lembram que o Carnaval 2017 teve retorno de R$ 3 bilhões para o Rio, e pedem que estes recursos sejam investidos “onde o prefeito quiser”.
“O samba sempre foi um gênero perseguido na história e um ano depois do seu centenário não foi diferente”, afirmam.
Entenda o caso
O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, anunciou que pretende cortar em 50% a verba destinada às escolas de samba do Grupo Especial, que no último Carnaval foi de R$ 24 milhões. A ideia, segundo Crivella, é dobrar as diárias das creches conveniadas pela Prefeitura com esses R$ 12 milhões.
As escolas, por sua vez, reagiram, e muitas, de forma isolada, se adiantaram em anunciar que não desfilarão em 2018 se o corte for confirmado.
Até que, na última quarta-feira, após reunião entre as agremiações, a Liesa divulgou um comunicado em que questiona o gesto do prefeito, defende a permanência do repasse nos valores atuais e, o mais radical, avisa que, sem o dinheiro, os desfiles se tornariam inviáveis. Além disso, a entidade cobra um encontro com o prefeito, a fim de buscar uma solução.
Na prática, o comunicado da Liesa suspende o Carnaval 2018 na Marquês de Sapucaí até que as partes cheguem a um acordo.
Leia abaixo o manifesto:
O samba sempre foi um gênero perseguido na história e um ano depois do seu centenário não foi diferente
A gestão atual do prefeito Marcelo Crivella pretende cortar 50% dos investimentos da prefeitura, ameaçando o Carnaval, desempregado assim milhares de pessoas que dependem da folia como forma de sobrevivência (Apesar de ele ter prometido o oposto, levando sambistas ao erro)
Além disso, a injeção de dinheiro no Carnaval, garantiu a cidade um retorno de 3 bilhões, que podem ser investidos CORRETAMENTE onde o prefeito quiser
Visto isso, nos e diversos segmentos do samba, estamos organizando um protesto pacífico para esse Sabádo com várias atrações a confirmar
No concentraremos na porta da prefeitura NA CIDADE NOVA e depois partiremos pra um grande desfile técnico
Vamos mostrar ao Crivella nossa insatisfação com o que a gente faz de melhor, sambar
CONFIRMAREMOS ATRAÇÕES E PERSONALIDADES PRESENTES ATÉ SÁBADO (Presidente, junte-se a nós com seus segmentos, vamos exigir o que é nosso por direito, reuna seus segmentos, nos mande mensagem)
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Tem que reagir, tem que pressionar.
Elejam agora um pastor Presidente e ele arranjará uma maneira de acabar de uma vez com o Carnaval.