A União da Ilha decidiu reeditar “Festa Profana” no Carnaval 2021. Um dos carnavalescos da escola, Cahe Rodrigues, confirmou nesta segunda-feira, 1, em live da Rádio Arquibancada, que o célebre samba de 1989, quando a agremiação ficou em terceiro lugar, foi escolhido pela direção insulana o próximo desfile.
“A princípio está batido o martelo. A gente tem trabalhado em cima dessa ideia. A escola ainda não se pronunciou oficialmente porque estamos esperando algumas coisas se alinharem para poder fazer uma divulgação bacana”, declarou Cahe, que promete uma atualização do enredo sobre a história do Carnaval.
“Quando você fala de reedição, a gente vai reeditar um samba-enredo, mas o contexto artístico, o desenvolvimento do enredo, o que a escola vai levar para a avenida, é totalmente diferente da proposta inicial”, afirmou. “A ideia é que realmente a Ilha faça uma reedição de ‘Festa Profana’ com o sentimento e a mensagem desse samba, mas com outro contexto artístico, outra proposta”, completou o carnavalesco.
Segundo Cahe, a escola promoveu uma pesquisa interna para saber a preferência da comunidade, que escolheu “Festa Profana”. O “novo” enredo será desenvolvido em dupla com o carnavalesco Severo Luzardo, que deixou a Ilha em 2019, após três desfiles na agremiação, e está de volta.
“É como se a comunidade insulana precisasse desse abraço caloroso nesse momento. A gente não pode arriscar”, declarou o artista, que permaneceu na escola após o rebaixamento para a Série A este ano.
“Com uma nova roupagem, com a bateria excelente que a escola tem, com o cantor excepcional [Ito Melodia] e dois artistas que estão com sangue nos olhos, vai ser um Carnaval lindo e do jeito que a Ilha gosta.
Assista:
Clássico
Apesar de não ser uma unanimidade entre insulanos para a reedição em 2021 – há quem preferisse “Domingo”, de 1977, “Festa Profana” é daqueles clássicos absolutos da música brasileira.
A obra de J Brito, Bujão e Franco – este que não assinou em 1989 – superou os limites do Sambódromo e das quadras para ganhar arquibancadas e entrar para o repertório de grandes nomes da música. Ao lado de outros célebres sambas da Ilha, é presença obrigatória em muitos blocos de Carnaval, casamentos, formaturas e outras festas mais ou menos profanas.
O desfile em si é outro marco do Carnaval. Basta dizer que perdeu “apenas” para a campeã Imperatriz e a vice Beija-Flor, com “Liberdade, Liberdade” e “Ratos e Urubus”, respectivamente.
A apresentação ainda teve a musa Enoli Lara, coberta apenas por um singelo e esvoaçante pano branco, inaugurando o nu frontal na avenida. A ousadia forçou até uma mudança no regulamento para proibir a “genitália desnuda”, como entrou para o léxico carnavalesco.
E não será a a primeira reedição de “Festa Profana”: em 2005, a Porto da Pedra levou o enredo para a Sapucaí e ficou em 7º lugar, em desfile desenvolvido por Alexandre Louzada. Dessa vez, Franco apareceu entre os compositores.
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