Unidos da Tijuca divulga sinopse de enredo sobre arquitetura e urbanismo

Porta-bandeira Raphaela Caboclo ,da Unidos da Tijuca, no desfile de 2019 – Fernando Grilli/Riotur

A Unidos da Tijuca divulgou nesta quarta-feira, 21, a sinopse do enredo da escola para 2020, sobre arquitetura e urbanismo. Agora, todas as 13 agremiações do Grupo Especial já anunciaram os temas dos seus desfiles para o próximo Carnaval.

O enredo foi batizado como “Onde moram os sonhos”, de autoria de Paulo Barros, que retorna à escola após a saída depois do desfile de 2014.

“(…) Tijuca projetou seu desfile para explorar o passado, entender o presente e arquitetar o futuro. O enredo vai mostrar a incrível capacidade do homem de criar espaços que possam servir de abrigo para diferentes atividades. Ao realizar o seu trabalho, os arquitetos deixam registros que nos ajudam a compreender a nossa história”, diz a escola em texto, assinado por Barros e o trio de pesquisadoras Isabel Azevedo, Ana Paula Trindade e Simone Martins.

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O texto entrega também que o desfile pretende lançar um alerta sobre o crescimento desordenado das cidades e suas consequências.

“É preciso conservar o patrimônio cultural da humanidade, além de resolver os problemas gerados pelo crescimento desordenado, que se agrava nos centros urbanos. Arquitetar a vida é assegurar o testemunho do passado, intervir no presente e traçar para o futuro uma cidade sustentável a que todos tenham direito… “, afirma a escola.

Leia abaixo a sinopse na íntegra:

Onde moram os sonhos

RESUMO

A Unidos da Tijuca escolheu, como tema para o enredo de 2020, a Arquitetura e o Urbanismo. Cenário do Carnaval carioca, que é um dos maiores espetáculos a céu aberto do planeta, o Rio de Janeiro é Patrimônio Cultural Mundial, na categoria paisagem urbana, desde 2012. A cidade recebeu, ainda, recentemente, o título de primeira Capital Mundial da Arquitetura, concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e pela União Internacional dos Arquitetos (UIA). No ano em que o Rio será a sede de importantes eventos internacionais, como o 27º Congresso Mundial de Arquitetos e o Fórum Mundial de Cidades, além de exposições e concursos públicos, a Tijuca projetou seu desfile para explorar o passado, entender o presente e arquitetar o futuro. O enredo vai mostrar a incrível capacidade do homem de criar espaços que possam servir de abrigo para diferentes atividades. Ao realizar o seu trabalho, os arquitetos deixam registros que nos ajudam a compreender a nossa história. Templos, castelos, monumentos, casas, prédios, conjuntos habitacionais, parques, praças, ruas e avenidas revelam a contribuição de uma das mais antigas profissões. Das edificações da Antiguidade às cidades modernas, cada espaço ensina a cultura de seu tempo. Mas muitos são os desafios. É preciso conservar o patrimônio cultural da humanidade, além de resolver os problemas gerados pelo crescimento desordenado, que se agrava nos centros urbanos. Arquitetar a vida é assegurar o testemunho do passado, intervir no presente e traçar para o futuro uma cidade sustentável a que todos tenham direito…

Abertura

O que move homens e mulheres que se dedicam a pensar na arte de viver, projetar, organizar e produzir o lugar da moradia, do trabalho, da diversão, do lazer e da religião?

A sensibilidade do artista procura e encontra soluções, ao erguer palácios, igrejas, casas, vilas, cidadelas e metrópoles que desafiem o tempo e o espaço. Esse é um processo que acontece há milênios, todos os dias.

A Tijuca percorre a Avenida da Capital Mundial da Arquitetura apresentando algumas de suas grandes realizações do passado até chegar às modernas metrópoles da atualidade. E convida a todos para participar do projeto de um futuro em que haja qualidade de vida e justiça social para todos. Que venham os arquitetos do mundo! Vamos planejar o amanhã… Porque os sonhos vivem dentro de nós e é possível torná-los realidade, se trabalharmos juntos.

Setor 1 – Em busca da eternidade…

Na Antiguidade, os que governaram as primeiras civilizações construíram edifícios monumentais para cultuar suas divindades, abrigar seus sarcófagos, proteger suas cidades, divertir seus povos. Maravilhas arquitetônicas do Mundo Antigo resistiram há milhares de anos, para que suas ruínas nos revelassem histórias perdidas no tempo, onde faraós e imperadores homenageavam os deuses e construíam templos que são testemunhos da avançada cultura das sociedades daquele período. O refinado conhecimento dos povos antigos, com suas construções simétricas e harmoniosas, foi resgatado de suas ruínas e inspira, até hoje, a arquitetura mundial.

Setor 2 – Arquitetando a história

Cada edifício da história guarda os registros do trabalho de seus arquitetos. A vida das cortes medievais pode ser conhecida em seus castelos, verdadeiras fortificações, com grossas paredes de pedra e poucas janelas, levantadas para defender os feudos dos ataques dos inimigos externos e, mesmo, das guerras civis e revoltas populares dentro dos próprios reinos. E as obras de igrejas? Algumas levam séculos para serem concluídas! Em torno delas, crescem as grandes cidades e seus projetos diferenciados de poder. Alguns artistas da era moderna retomam a simplicidade das primeiras soluções influenciadas pelas formas contidas na natureza e nos surpreendem com obras singulares e inconfundíveis. A leveza do traço do genial arquiteto brasileiro, que projetou o Brasil para o mundo inteiro, pousou a capital no centro do país. E, no deserto tão distante de nós, são erguidas cidades inteiras de desenho arrojado e impetuoso, com seus arranha-céus futuristas.

Setor 3 – O sonho que se perde todos os dias

No entanto, com o passar do tempo, crescem as populações das grandes cidades, de forma desordenada, e, com isso, surgem os problemas que afetam a maioria das metrópoles. O desmatamento avança, sem nenhum controle, provocando o esgotamento dos solos, o desaparecimento das águas e o desequilíbrio climático, com graves consequências para todo o planeta. A enorme quantidade de lixo, originado pelo consumo desenfreado, afeta os rios, os mares e a terra. São toneladas diárias de detritos contaminando tudo ao redor. Morrem os pássaros e os peixes atingidos por vazamentos de petróleo e resíduos das indústrias. Enchentes e falta de saneamento atingem, principalmente, as comunidades de baixa renda. O trânsito caótico imobiliza as pessoas, os milhares de automóveis poluem o ar, a violência se espalha e a desigualdade social ameaça a vida. Nas cidades de hoje, esquecemos o futuro todos os dias.

Setor 4 – A cidade que pode ser maravilhosa

Pense em uma cidade onde é possível abrir as janelas para contemplar o verde, passear nos parques, circular nas ruas, sentir a brisa quente que vem das praias e traz o cheiro da maresia… Respire o ar puro da floresta. Imagine um lugar onde os rios correm livremente para o mar e é possível mergulhar na baía e nadar na lagoa. Em que casas seguras e confortáveis, construídas em suas colinas, contemplam a paisagem e repousam tranquilas. Aqui, se pode acordar mais tarde e chegar do trabalho mais cedo, porque o trânsito flui e o transporte é acessível. O ar é puro, a vida é boa. Tem escola, universidade, teatro, cinema, hospital e moradia para todos. Essa cidade existe e está nos sonhos de milhares de pessoas. Ela também vem sendo construída no trabalho cotidiano de quem dedica sua existência a buscar soluções para criar uma cidade sustentável. Mas é preciso conquistá-la, alimentar os sonhos todos os dias. A Tijuca quer arquitetar o futuro na Avenida do Samba, provocando o encontro com aqueles que sabem que ele é possível. Conhecer o passado, reagir ao presente e tramar o futuro nos traz a certeza de que não devemos retroceder. Porque o sonho que se sonha junto é realidade e a cidade maravilhosa ainda precisa ser conquistada!

Romulo Tesi

Romulo Tesi Jornalista carioca, criado na Penha, residente em São Paulo desde 2009 e pai da Malu. Nasci meses antes do Bumbum Paticumbum Prugurundum imperiano de Aluisio Machado, Beto Sem Braço e Rosa Magalhães, em um dia de Vasco x Flamengo, num hospital das Cinco Bocas de Olaria, pertinho da Rua Bariri e a uma caminhada do Cacique de Ramos, do outro lado da linha do trem. Por aí virei gente. E aqui é o meu, o nosso espaço para falar de samba e Carnaval.

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