Viúva de Marielle desfilará na Mangueira: ‘vai ter Carnaval, amor, resistência e luta’

Marielle Franco – Reprodução

A viúva da vereadora Marielle Franco, Mônica Benício, desfilará na Mangueira este ano. O anúncio foi feito pelo carnavalesco Leandro Viera, em postagem em seus perfis nas redes sociais nesta sexta-feira.

“Eu convidei e ela aceitou. Aceitou porque entende o que tantos não entendem sobre a importância do carnaval enquanto espaço popular urgente e necessário. Ter a Mônica Benício no desfile da Mangueira é manter a memória viva não de sua companheira morta. É manter viva a memória da parte mais viva e significativa da biografia de Marielle Franco”, escreveu Vieira.

Mônica virá no desfile representando a luta social de Marielle e de outras pessoas oriundas de comunidades carentes. “Porque em sua porção mais significativa, o enredo da Mangueira fala da importância da REPRESENTATIVIDADE. Ao longo de meses fui questionado de toda a forma possível – e com os argumentos mais tolos e preconceituosos – aonde é que Marielle era ‘heroína de alguma coisa’. A Marielle da Mangueira é mulher negra, nascida e criada na Maré”, afirma o carnavalesco.

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Mangueirense, Mônica também comentou o convite com um texto emocionado no Instagram.

“Poderia dizer que é um sonho sendo realizado se não fosse o motivo de tudo isso. Assim que entrei no barracão da Mangueira para conversar com o carnavalesco mais carismático do Rio, Leandro Viera, pensei: ‘isso só está acontecendo pq ela não está aqui.’ Quando Leandro me relatou a ideia, as homenagens, a potência da representatividade no seu discurso imediatamente atraiu minha atenção, eu vi Marielle ali. E é por terem arrancado ela de nós que decidi ir para a avenida”, publicou Mônica.

“Vai ter Carnaval. Vai ter Amor. Vai ter Resistência. Vai ter luta”, escreveu.

Ainda que não esteja citada diretamente na sinopse, Vieira entende que o enredo sobre heróis esquecidos – batizado “História para ninar gente grande” – também é sobre Marielle. Tanto que a vereadora é lembrada na letra do samba.

Marielle foi assassinada em março do ano passado, na zona central do Rio de Janeiro, em uma emboscada. O motorista Anderson Gomes também foi morto na ação. O crime até hoje não foi solucionado.

Veja abaixo os posts de Mônica e Leandro:

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Ele convidou e eu aceitei. . Sou mangueirense desde sempre. Poderia dizer que é um sonho sendo realizado se não fosse o motivo de tudo isso. Assim que entrei no barracão da mangueira para conversar com o carnavalesco mais carismático do Rio @_leandrovieirarj pensei: "isso só está acontecendo pq ela não está aqui." Quando Leandro me relatou a ideia, as homenagens, a potência da representatividade no seu discurso imediatamente atraiu minha atenção, eu vi Marielle ali. E é por terem arrancado ela de nós que decidi ir para a avenida. Estarei lado-a-lado com dezenas de pessoas de favela como eu. Estarei ao lado de Rosemary, cantando um dos enredos mais bonitos que contam sobre a história que deveria ser contada à nós. Um enredo que é uma verdadeira denúncia da nossa história, uma das formas mais bonitas de homenagear Marielle e de cobrar justiça, por isso irei participar nesse quase um ano sem Ela. Ao querido Leandro e a minha Mangueira eu sou só gratidão pelo convite, pela confiança e carinho. Será um dia que estarei com os meus, por ela e por nós. Vamos sambar e vamos cantar, porque o samba ainda é filho da dor e tem um grande poder transformador. . Vai ter Carnaval. Vai ter Amor. Vai ter Resistência. Vai ter luta. ?? . #QuemMandouMatarMarielle #QuemMatouMarielle #QuemMatouMarielleEAnderson #JustiçaParaMarielleEAnderson #MariellePresente #CarnavalCarioca #Carnaval2019 #estacaoprimeirademangueira

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#BastidoresDaCriação: Eu convidei e ela aceitou. Aceitou porque entende o que tantos não entendem sobre a importância do…

Posted by Leandro Vieira on Friday, January 25, 2019

Romulo Tesi

Romulo Tesi Jornalista carioca, criado na Penha, residente em São Paulo desde 2009 e pai da Malu. Nasci meses antes do Bumbum Paticumbum Prugurundum imperiano de Aluisio Machado, Beto Sem Braço e Rosa Magalhães, em um dia de Vasco x Flamengo, num hospital das Cinco Bocas de Olaria, pertinho da Rua Bariri e a uma caminhada do Cacique de Ramos, do outro lado da linha do trem. Por aí virei gente. E aqui é o meu, o nosso espaço para falar de samba e Carnaval.

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