Fechados desde a última quinta-feira (19), os 13 barracões das escolas de samba do Grupo Especial do Rio, na Cidade do Samba, podem ser reabertos aos trabalhos dentro de uma semana após as notificações das agremiações, na próxima sexta. Pelo menos de forma parcial. A previsão é do superintendente do Ministério do Trabalho no Rio, Claudio Secchin. Mas isso, alerta ele, depende do ritmo das escolas para resolver os problemas apontados pelos auditores fiscais.
Os espaços foram interditados por ordem do Ministério, que encontrou várias irregularidades nas condições de trabalho no local.
“Algumas situações são de relativa facilidade de resolução, mas que podem causar grandes acidentes, alguns fatais. Algumas escolas vão realizar as mudanças mais rapidamente. Uma agremiação mais organizada pode resolver em menos tempo que outras”, disse Secchin ao Portal da Band.
Conforme as mudanças forem sendo realizadas, as escolas podem informar ao Ministério, que pode liberar as atividades de acordo com a avaliação dos auditores.
A notificação que será entregue às agremiações já está com a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), que já teve um encontro com a Superintendência. No documento, constam todas as medidas exigidas pelo Ministério do Trabalho, após vistorias feitas pelo órgão.
Em geral, os problemas são bem semelhantes em todas as 13. Os principais são: estocagem de material inflamável (como solventes, tintas e cola) em quantidade acima do limite de 200 litros, estabelecido pelo Corpo de Bombeiros; sistema elétrico precário (“maior problema delas”, diz Secchin); aparelho de solda sem válvula de bloqueio de retorno da chama; compressores sem proteção das partes móveis; falta de aterramento de aparelhos elétricos; falta de limpeza de materiais de rescaldo, como restos de plástico; funcionários trabalhando em altura sem treinamento e com cinto de segurança inadequado, entre outros.
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O Ministério vê ainda a necessidade de contração de técnicos de segurança, engenheiros elétricos e eletricistas especializados.
Recentemente, o escultor Igor Sérgio da Silva de Farias, de 21 anos, morreu eletrocutado quando trabalhava no barracão da São Clemente.
A Prefeitura também será notificada para abertura de janelas nos barracões, para melhorar a ventilação.
Secchin aponta também a necessidade de uma mudança de cultura. “(Escola de samba) É um setor bem característico. Muitos nunca tiveram orientação pedagógica sobre como trabalhar nesse ambiente. As escolas de samba são tradicionais. Muitas pessoas trabalham voluntariamente. E traduzir isso em treinamento e alteração de rotina é uma mudança de cultura muito forte. Mas a fiscalização não pode abrir mão da sua competência de fazer a prevenção. O que é positivo para as escolas, para que não tenham problemas futuramente”, explicou.
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