A deputada federal Clarissa Garotinho (PROS), pré-candidata à prefeitura do Rio de Janeiro, disse em debate promovido pela Rádio Arquibancada, nesta segunda-feira, 10, que defende maior participação da iniciativa privada no Carnaval, sobretudo no apoio às escolas de samba. Clarissa afirmou ser a favor da subvenção, desde que haja dinheiro nos cofres da administração municipal, mas sinalizou que o próximo ano deve ser marcado pelas dificuldades financeiras, por causa da crise do coronavírus.
“Se tiver espaço para algum tipo de subvenção, não vejo problema, mas o Carnaval carioca, reconhecido mundialmente, tem condições de aumentar a participação privada”, declarou a parlamentar, que criticou a forma como a ajuda estadual foi feita este ano, sem planejamento.
Perto dos desfiles, o governador do Rio, Wilson Witzel, anunciou o patrocínio da Refit para as escolas, sendo que os recursos só chegaram às agremiações após o Carnaval.
“Não pode ser feito na noite para o dia, como aconteceu esse ano. Tem que ser claro com as escolas, dar um planejamento”, afirmou Clarissa, que evitou garantir o retorno da subvenção, cortada integralmente este ano pelo prefeito Marcelo Crivella.
Crivella e o fim do Carnaval
Repetindo o que Eduardo Paes já havia feito em debate anterior promovido pela Rádio Arquibancada, a deputada também foi dura nas críticas a Crivella.
Para Clarissa, que foi secretária municipal de Desenvolvimento, Emprego e Inovação na gestão Crivella até abril de 2018, o atual prefeito despreza o Carnaval, o que ajuda a afugentar investimento privado da festa.
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“Quando a iniciativa privada percebe que nem o prefeito dá a devida importância ao evento, por que ela vai investir?”, declarou a deputada, que relatou um episódio narrado a ela envolvendo o chefe do executivo municipal, em que Crivella teria afirmado que tinha como objetivo acabar com o Carnaval carioca.
“Quando você não tem um prefeito que entende a importância do evento para a cidade, ele confunde e joga a população contra. Eu conheço uma pessoa que teve uma reunião com ele, em que ele disse claramente para essa pessoa: ‘eu vou acabar com o Carnaval do Rio de Janeiro’. É um objetivo de vida, de gestão. Talvez a maior tristeza do Crivella seja ter visto que o Carnaval sobreviveu apesar dele”, narrou.
Assista ao debate na íntegra:
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Essa aversão do Crivella ao Carnaval, sempre foi perfeitamente visível e perguntar não ofende: Alguém já assistiu o Prefeito entregando simbolicamente a chave da cidade ao Rei Momo?