Na campanha para a prefeitura do Rio de Janeiro, o então candidato Marcelo Crivella foi recebido por representantes das escolas de samba, de quem recebeu apoio para se eleger em 2016. O bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus chegou a cantar um trecho de “Festa para um Rei Negro” (do refrão “pega no ganzá), do Salgueiro de 1971, ao lado dos dirigentes das agremiações. Estes, posaram para fotos com as mãos espalmadas, formando o número 10 do PRB de Crivella. Só que, eleito, o prefeito cortou 50% da verba de subvenção para as escolas.
Passado o primeiro Carnaval após a redução, o presidente da Mangueira, Francisco de Carvalho, o Chiquinho, admite: “erramos e temos que admitir o erro que cometemos”.
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“Não me arrependi. A gente acreditou no Crivella. Ele foi à Liesa, declarou apoio, garantiu manter o que o ex-prefeito repassava, que ele quebraria o preconceito, que provaria que a religião não tem a bada a ver com a questão do Carnaval… Infelizmente não cumpriu nada do que prometeu”, diz Chiquinho, completando que Marcelo Freixo (Psol), adversário de Crivella no segundo turno, não compareceu à Liesa após convite das escolas.
“Achamos até que pelo fato de o Freixo não ter ido, podíamos ter mais problemas com ele do que com o atual”, explica.
Doria
Depois da brincadeira no desfile, em que Crivella foi retratado em carro como um boneco de Judas, Chiquinho reforçou a artilharia nas críticas ao alcaide do Rio, que deixou a cidade durante o Carnaval para viajar à Europa. E ainda citou a presença do prefeito de São Paulo, João Doria, na Marquês de Sapucaí na última segunda-feira.
“Crivella menospreza o Carnaval. Não dá valor. A Mangueira tinha que dar uma resposta para isso. O prefeito de São Paulo vem prestigiar o Carnaval do Rio, e o prefeito do Rio vai para Bruxelas (Bélgica). Nunca vi isso”, disparou o dirigente, deputado estadual pelo partido Podemos.
Questionado sobre a relação com Crivella a partir de agora, Chiquinho disse que ainda não há encontro marcado com o prefeito para tratar de possíveis novos cortes de verba, mas adianta: “vou dizer o que sempre disse, sempre fui amigo dele, mas entre ser amigo e concordar com ele tem uma distância muito grande”.
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