Capa de revista faz menção ao ‘Temer vampiro’ da Tuiuti

‘Temer vampiro’ da Tuiuti no dia do desfile oficial, com a faixa – Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo

O desfile de 2018 da Paraíso do Tuiuti segue fazendo eco. Dessa vez, a apresentação histórica sobre a escravidão reverberou na revista Le Monde Diplomatique Brasil.

A versão brasileira da publicação francesa traz na capa da edição de março uma ilustração que critica o que chama de “tribunais de exceção”.

Na imagem, a divindade grega Têmis, usada para simbolizar a Justiça, aparece sendo julgada em um tribunal medieval, com uma corda no pescoço, prestes a ser enforcada, diante de uma plateia formada por pessoas vestidas com camisas amarelas. No mesmo palanque, junto de homens de toga, há uma figura de faixa presidencial e um esplendor igual ao usado pelo Vampiro Neoliberal do Tuiuti – uma referência óbvia ao presidente da República, Michel Temer.

A capa da revista mostra ainda um “Pato de Troia”, militares fardados portando fuzis, numa menção à intervenção federal no Rio de Janeiro e um cidadão em uma janela batendo panela.

Veja abaixo a capa e ache mais referências:

Relembre

Questionando o fim da escravidão e seus efeitos até hoje, a Tuiuti conquistou um inédito e surpreendente vice-campeonato. Além do segundo lugar, a escola ganhou a simpatia e a torcida de boa parte de alas à esquerda da política brasileira, ainda que os dirigentes da agremiação reforcem o caráter apartidário da Tuiuti.

Além do “Temer vampiro”, o desfile, assinado pelo carnavalesco Jack Vasconcelos, trouxe alas de manifestantes fantoches – os “Manifestoches” – os Guerreiros da CLT, em críticas claras à Reforma Trabalhista.

No Desfile das Campeãs, o personagem vampiresco, vivido pelo professor de História Leonardo Moraes, se apresentou sem a faixa presidencial, levantando rumores de que a escola havia sido censurada pelo Planalto – algo negado pela agremiação.

Ala dos ‘paneleiros’ da Tuiuti

 

 

Romulo Tesi

Romulo Tesi Jornalista carioca, criado na Penha, residente em São Paulo desde 2009 e pai da Malu. Nasci meses antes do Bumbum Paticumbum Prugurundum imperiano de Aluisio Machado, Beto Sem Braço e Rosa Magalhães, em um dia de Vasco x Flamengo, num hospital das Cinco Bocas de Olaria, pertinho da Rua Bariri e a uma caminhada do Cacique de Ramos, do outro lado da linha do trem. Por aí virei gente. E aqui é o meu, o nosso espaço para falar de samba e Carnaval.

1 comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.