Uma cena no mínimo incomum foi vista durante a apuração da última quarta-feira, na Praça da Apoteose. Enquanto as notas eram lidas, grupos de movimentos sociais, presentes nas arquibancadas, vibravam com cada 10 dado para a Paraíso do Tuiuti. Entre um quesito e outro, gritavam “fora, Temer”. E o barulho não eram pequeno, chegando a rivalizar em volume com dos torcedores de outras escolas.
A torcida tinha um motivo óbvio: o desfile engajado da escola, sobre escravidão e seus ecos até os dias atuais. O último setor da Tuiuti servia como uma revisão da história, e tinha como alvo principal a Reforma Trabalhista. O que mais deu o que falar foram as alas com os “guerreiros da CLT” e suas carteiras de trabalho, os manifestantes manipulados, ou “manifestoches”, com camisa alusiva à CBF, pato inflável e “kit” de frigideira e colher de pau, e por fim o “Temer vampiro”, destaque do último carro.
Pelo menos dois grupos foram vistos na Apoteose torcendo pela Tuiuti: a Frente Internacionalista dos Sem Teto e o Frente Carioca contra a Reforma da Previdência. Eles levaram faixas de agradecimento à Tuiuti.
Para a alegria da turma, a Tuiuti conquistou um inédito e surpreendente vice-campeonato.
O presidente da escola, Renato Thor, agradeceu, mas preferiu não se comprometer.
“Minha política é o Carnaval”, disse.
Adicionar comentário