Não foi dessa vez que as escolas de samba conseguiram da prefeitura o compromisso para o pagamento integral de R$ 1 milhão de subvenção para cada agremiação.
Após o encontro nesta quarta-feira, 12, na sede da Riotur, na Cidade das Artes, ficou combinado que haverá uma nova tentativa de reunir dirigentes do samba com o prefeito Marcelo Crivella e o secretário da Casa Civil, Paulo Messina. Para aí, caso a audiência aconteça, tentar convencer o chefe do executivo municipal a completar o montante em mais R$ 500 mil – a outra metade já está garantida.
A expectativa para hoje era estar com Crivella e Messina, mas os dois não estiveram na reunião, que contou o presidente da Liesa, Jorge Castanheira, os líderes das escolas de samba e o presidente da Riotur, Marcelos Alves.
Ainda não há data para a reunião acontecer. As escolas esperam ver o prefeito ainda em 2019. “Vou levar essa reivindicação (ao prefeito) imediatamente”, prometeu Alves.
“Pedimos ao presidente para criar uma nova agenda junto ao prefeito e ao Messina para reverter esse quadro, e estamos bastante otimistas em resolver essa questão. Entendemos as dificuldades da prefeitura, mas tinha sido combinado esse valor (R$ 1 milhão). A gente entende que, levando em consideração tudo isso, o prefeito vai se sensibilizar para nos ajudar a sair desse momento delicado que o Carnaval está enfrentando”, declarou Castanheira aos jornalistas após o encontro.
O presidente da Liesa criticou duramente o prefeito na última segunda, 10, após reunião na sede da entidade com os dirigentes do samba. Nesta quarta, Alves afirmou que a relação da prefeitura com as agremiações é boa.
“Nunca haverá rusga da nossa parte”, garantiu.
Uber
Alves disse que considera legítima a reivindicação das escolas, mas que vai buscar “caminhos” para obter recursos na iniciativa privada. Ao comentar as conversas com a 99, o presidente afirmou que ainda aguardo resposta, mas voltou a bater na Uber, que desistiu de patrocinar os desfiles recentemente.
“Não foram corretos. Não pensaram na cidade. (A desistência) Prejudicou o maior espetáculo da Terra e principalmente os fazedores desse Carnaval. Deveriam sentar conosco e achar caminhos”, disse. “Peço bom senso (a Uber). Se há um documento assinado, confirmando a presença no Carnaval, tirar a dois meses e meio (dos desfiles) foi uma decisão extremamente irresponsável”, declarou Alves.
Rock in Rio
Questionado sobre a possibilidade do Rock in Rio assumir as negociações com patrocinadores para os desfiles, Alves afirmou que a Riotur não faz parte das conversas, mas que apoia a iniciativa.
“Cabe à Liesa essa definição”, declarou.
Entenda o caso
Escolas de samba e prefeitura voltaram a se desentender este ano – após a redução em 50% da verba do município promovida em 2017 – por causa da demora na assinatura do contrato de subvenção e a falta de informações.
Segundo os dirigentes do samba, a gestão Crivella se comprometeu a repassar R$ 1 milhão para cada uma (R$ 14 milhões no total), além de ajudar a buscar mais R$ 500 mil junto à Uber, via Lei Rouanet.
No entanto, a empresa de transporte particular desistiu do patrocínio, reduzindo o montante esperado. Na semana passada, saiu finalmente no Diário Oficial a liberação dos recursos para as escolas, só que no valor de R$ 500 mil divididos em duas parcelas: R$ 214 mil este ano e o restante em 2019, sem fixar prazos. A relação, que já não era das melhores, azedou de vez.
No entendimento das agremiações, o R$ 1 milhão prometido viria da prefeitura, com o complemento da Uber, totalizando R$ 1,5 milhão. Para a administração da cidade, os R$ 500 mil da empresa estavam inclusos no R$ 1 milhão – por isso a publicação no DO com o valor menor.
Agora as escolas tentam fazer com que Crivella repasse R$ 1 milhão, reduzindo em parte o rombo – isso porque alguns dirigentes afirmam que já gastaram por conta do repasse esperado.
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