Mais sete escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro captaram R$ 500 mil cada uma do patrocínio do Uber para o Carnaval. No sistema do Ministério da Cultura, consta que Portela, Mocidade, Salgueiro, Mangueira, Grande Rio, Beija-Flor e Imperatriz tiveram os recursos liberados no último dia 26.
Com isso, todas as 13 escolas do Grupo Especial concluíram a captação do dinheiro da empresa de transporte particular via Lei de Incentivo à Cultura, a chamada Lei Rouanet. A verba foi viabilizada por meio de caderno de encargos lançado pela Prefeitura do Rio.
No total, o Uber repassou R$ 6,5 milhões às agremiações. Outros R$ 3,1 milhões foram liberados para a montagem da estrutura dos desfiles dos grupos B, C, D e E, que se apresentam na Estrada Intendente Magalhães, em Campinho, na Zona Norte do Rio.
Em levantamento feito pelo Setor 1 no último dia 18, apenas seis escolas haviam conseguido receber recursos da empresa. Até o momento, as agremiações captaram R$ 8.114.010 dos R$ 35,7 milhões aprovados via Lei Rouanet.
A Portela, que na ocasião da última consulta estava “zerada” no MinC, aparece agora como campeã de captações, com R$ 1,250 milhão.
A verba serviu como uma compensação às agremiações, após o corte de 50% da verba que era repassada pelas Prefeitura do Rio. O prefeito Marcelo Crivella decidiu este ano em pagar apenas R$ 1 milhão, e não R$ 2 milhões, como era esperado.
Por causa da demora na liberação, foi preciso um “jeitinho” para fazer o dinheiro chegar às demais agremiações.
A Sagre, firma de consultoria do Rio de Janeiro parceira do Uber do Brasil na proposta vencedora do caderno de encargos, aparece no sistema do MinC como incentivadora dos projetos dessas sete escolas, e não a companhia americana, como aconteceu com as outras seis.
A empresa carioca explicou ao blog que, por conta da demora em trâmites do Uber na aprovação dos projetos na matriz, em São Francisco, na Califórnia (EUA), e para não correr o risco de que o dinheiro só caísse nas contas das escolas após os desfiles, decidiu-se que a Sagre receberia a verba da parceira e repassaria às agremiações.
Em contato com o blog, o Uber informou, por meio de nota, estar “feliz de contribuir com essa tradição tão importante para o país”. Veja o comunicado na íntegra:
A Uber rapidamente entrou para o dia-a-dia dos cariocas e está feliz de contribuir com essa tradição tão importante para o país. No Brasil, a empresa trabalha com diferentes modelos de patrocínio, incluindo contribuições diretas e por meio de leis de incentivo, como a Lei Rouanet. No caso do Carnaval carioca, a Uber utilizou-se dos dois modelos, tendo a Sagre como parceira na execução desse projeto, desde o início, na qualidade de produtora dos desfiles do Grupo Especial e do Grupo de Acesso.
Outros projetos
A Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) teve R$ 15.582.199 aprovados via Lei Rouanet, mas não conseguiu captar patrocínio até o momento, segundo o MinC. O mesmo aconteceu com a Lierj, que organiza os desfiles da Série A (acesso) – a entidade teve R$ 5.188.200 autorizados.
Renascer de Jacarepaguá (R$ 515.160), Império da Tijuca (R$ 2.617.870), Inocentes de Belford Roxo (R$ 715.456) e Império de Petrópolis (R$ 224.870) tiveram valores aprovados, mas não seduziram empresas para patrocinar seus projetos.
Na Série B, equivalente à terceira divisão do samba carioca, a Lins Imperial conseguiu R$ 350 mil dos R$ 492.800 aprovados via Lei Rouanet. A verba foi captada junto a Triunfo Logística, que vai patrocinar o desfile sobre o bar Zicartola.
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