Com seu desfile engajado sobre a escravidão, tendo como um dos alvos o presidente Michel Temer, a Paraíso do Tuiuti ganhou a torcida de quem se coloca mais à esquerda politicamente. Os dirigentes da vice-campeã do Carnaval, porém, são cautelosos ao falar sobre essa aproximação.
“Agradeço todos aqueles que torceram pela Paraíso do Tuiuti, mas não gostaria de entrar na questão política. Minha política é o Carnaval. Mil agradecimentos a todos que abraçaram a nossa escola”, declarou o presidente da agremiação, Renato Thor.
Uma mostra do que se tornou o fenômeno Tuiuti foi vista na apuração de quarta-feira, com representantes de movimentos sociais vibrando com cada 10 dado à escola na arquibancada da Praça da Apoteose. Mas antes do Carnaval, com a divulgação de fantasias como a dos “manifestantes fantoches” (foto acima), correntes de esquerda já haviam declarado torcida pela escola de São Cristóvão.
O diretor de Carnaval, Thiago Monteiro, disse que a escola se preparou para a repercussão, positiva e negativa, mas afirmou que a atividade principal da Tuiuti não é fazer política.
“Nós nos preparamos para isso, já que tivemos a coragem de abordar um assunto como esse. A reações, contra e a favor, são normais, pela polarização que o país vive. Quem toca em um tema como esse está sujeito a criticas e elogios. A escola só quis retratar o que Brasil vive. Mas queremos ser reconhecidos como uma escola que faz Carnaval. A gente agradece a torcida, mas não adianta ser politizado e e vir capenga”, explicou Monteiro.
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