Em 2006, Curicica fez único enredo sobre o mundo LGBT da história do Carnaval do Rio

Antes tarde do que nunca, o Setor 1 faz um registro pelo Dia do Orgulho LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e travestis), nesta quarta-feira. E com uma dica do portelense Pedro Migão, “enciclopédia” do samba, amigo do blog e editor do site Ouro de Tolo.

Como bem lembrou o Migão, a União do Parque Curicica desfilou em 2006 falando sobre o universo LGBT (na época ainda conhecido como GLS). Segundo ele, o único enredo sobre o tema na história do Carnaval do Rio, batizado como “GLS Com a Bandeira da Alegria, o Babado da Curicica no Carnaval É Só Folia!”. O desfile foi assinado pelo carnavalesco Jorge Caribé. A escola ficou em 4º lugar no Grupo B.

A letra do samba tem uma irresistível rima com o nome da escola: “Sou união, sou Curicica/Amor que pinta quando bate fica”. Evoé!

Ouça o samba e veja a letra:

“GLS Com a Bandeira da Alegria, o Babado da Curicica no Carnaval É Só Folia!” (Humberto Carlos, Elizeu, Jarbas da Freguesia e Robson Vivendo)

A Curicica vem mostrar
Um mundo em fantasia
Entre plumas e paetês
Num carrossel de alegria
Eva e Adão no paraíso
Onde a coisa começou
Depois do fruto proibido
Tudo se transformou

Quem pode, pode, e tem poder de sedução
No velho mundo a orgia era geral
GLS é movimento mundial
E a Curicica mata a cobra e mostra o pau

(Deixa incendiar!)
Este teu fogo me incendeia
Eu vim de Roma pra brincar o Carnaval
“Purpurinando” a avenida, de bem com a vida
Meu coração entrego a quem quiser me amar
É nova era! Vou embarcar nessa viagem
Com fascinantes personagens
Vivendo a emoção do mundo gay
E com direito a casamento e adoção
Ô da gravata, deixa de graça
Assuma logo a sua opção
Dá um close nela, é ele ou ela?
Essa é a vida que eu sempre quis
Na onda do arco-íris
Passei por baixo e fiquei feliz

Hoje é só alegria! Amor!
No babado da folia! Eu vou!
Sou união, sou Curicica
Amor que pinta quando bate fica

Romulo Tesi

Romulo Tesi Jornalista carioca, criado na Penha, residente em São Paulo desde 2009 e pai da Malu. Nasci meses antes do Bumbum Paticumbum Prugurundum imperiano de Aluisio Machado, Beto Sem Braço e Rosa Magalhães, em um dia de Vasco x Flamengo, num hospital das Cinco Bocas de Olaria, pertinho da Rua Bariri e a uma caminhada do Cacique de Ramos, do outro lado da linha do trem. Por aí virei gente. E aqui é o meu, o nosso espaço para falar de samba e Carnaval.

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