O ator Aílton Graça é figura fácil nas escolas de samba. Em São Paulo e no Rio. E está sempre atento aos movimentos de defesa dos negros e da cultura popular. Falando com conhecimento de causa, Graça faz um alerta: as agremiações devem ser do povo, e precisam valorizar mais os negros e as suas raízes do que musas de ocasião e certos oportunistas.
“As escolas não podem virar lugar de celebridade. Tem que ser o lugar do povo, que é quem sustenta tudo”, disse o ator ao Setor 1, durante ato de movimentos negros na Avenida Paulista.
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“Há um grande equívoco. Algumas escolas partiram para o caminho da industrialização, viraram ‘escolas de samba SA’ (citando o samba do Império Serrano de 1982). Mas a base ainda é negra. Há uma dificuldade, ainda, de algumas comunidades entenderem que esse é um legado quase quilombola. As escolas são pequenos quilombos. Na hora que isso ficar entendido, aí sim teremos uma grande virada dentro das escolas de samba”, declarou.
Paulista, o ator pretende desfilar pelo menos em duas agremiações no Rio em 2018: Mangueira, sua escola, e o Salgueiro. Em São Paulo, costuma integrar a equipe de comentaristas de Carnaval de TV Globo.
“Muito estranha”
Sobre a Manga, Graça exaltou o enredo criado pelo carnavalesco Leandro Vieira, “Com dinheiro ou sem dinheiro, eu brinco”, uma reação ao prefeito do Rio, Marcelo Crivella, e aos cortes de verba para o Carnaval.
“É uma resposta muito significativa para o que está acontecendo. Tem uma coisa muito estranha se passando no Rio. Quero entender direito o que ele quer fazer”, disse, referindo-se à postura distante e pouco amigável de Crivella em relação ao Carnaval.
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