Cego, Mestre Damasceno diz como foi conhecer alegorias do Tuiuti pelo toque

Meste Damasceno na Sapucaí – Romulo Tesi

Homenageado pelo Paraíso do Tuiuti no desfile desta segunda-feira de Carnaval, Mestre Damasceno era pura emoção momentos antes de cruzar a Marquês de Sapucaí, na abertura do segundo dia do Grupo Especial do Rio de Janeiro.

Cego desde os 19 anos, o multi artista da Ilha de Marajó, no Pará, conheceu partes das alegorias da escola pelo toque.

“Peguei na tartaruga e no búfalo, achei tudo muito lindo”, disse Mestre Damasceno, que diz vir ao Rio para espalhar a cultura paraense e búfalo-bumbá, criação sua.

“Eu moro muito longe, em Salvaterra, venho de comunidade quilombola, mas não poderia deixar de vir. Tenho que mostrar o búfalo para o mundo”, discursa o artista, autor de mais de 400 músicas de vários estilos, principalmente toadas e carimbós.

Damasceno desfilou no último carro do Tuiuti, cujo enredo foi “O Mogangueiro da Cara Preta”, assinado pelos carnavalescos Rosa Magalhães e João Vitor Araújo.

Salvaterra

não poderia deixar de vir

agradeço pelo convite

muito difícil pra distância que eu estou da Marquês de Sapucaí

68 anos

enlouquecer o rio depoisndo Pará

Pwgaram na fartura nos búfalos, cada búfalo bonito

tartaryluga

eunvi quabdo era bom da vista

eu tinha que mostrar o búfalo pro mundo.

Romulo Tesi

Romulo Tesi Jornalista carioca, criado na Penha, residente em São Paulo desde 2009 e pai da Malu. Nasci meses antes do Bumbum Paticumbum Prugurundum imperiano de Aluisio Machado, Beto Sem Braço e Rosa Magalhães, em um dia de Vasco x Flamengo, num hospital das Cinco Bocas de Olaria, pertinho da Rua Bariri e a uma caminhada do Cacique de Ramos, do outro lado da linha do trem. Por aí virei gente. E aqui é o meu, o nosso espaço para falar de samba e Carnaval.

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