Chiquinho diz que Eike patrocinou desfile da Mangueira em 2014 e que Cabral ajudou por ser torcedor da escola

O desfile de 2014 da Estação Primeira de Mangueira contou com a ajuda financeira de Eike Batista, segundo o presidente da escola, Francisco de Carvalho, o Chiquinho da Mangueira. A informação consta no depoimento do deputado estadual pelo PSC, preso na Operação Furna da Onça, à Polícia Federal.

O depoimento pode ser lido aqui. Nele, Chiquinho afirma que não se recorda o valor com exatidão, mas que recebeu entre R$ 2 milhões a R$ 3 milhões de uma empresa de Eike Batista para custear a apresentação da Mangueira no Carnaval de 2014, o primeiro do dirigente após ser eleito presidente da agremiação.

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De acordo com o relatado no documento da PF, Chiquinho afirmou que o patrocínio foi feito de forma direta e que possivelmente ainda existe a contabilidade desse repasse. Na época, a Mangueira atravessava grave crise financeira, com dividas na casa dos R$ 12 milhões, como disse na epoépo próprio dirigente.

Segundo o delator do esquema na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Sergio de Castro Oliveira, conhecido como Serjão, Chiquinho pediu a ajuda financeira ao então governador Sérgio Cabral, versão confirmada pelo presidente da escola, mas o deputado nega que tenha recebido valores mensais – os mensalinhos -, no valor de R$ 20 mil. O parlamentar afirmou que os repasses eram feitos somente para ajudar nas contas da escola de samba, seja em dinheiro vivo ou com pagamentos de despesas da agremiação feitos diretamente por Serjão.

Questionado sobre a motivação de Cabral em realizar os pagamentos, Chiquinho disse que o ex-governador agiu por ser torcedor da Mangueira.

No entanto, segundo o Ministério Público Federal (MPF), Chiquinho e outros envolvidos no esquema recebiam propina para votar a favor de propostas que beneficiassem a quadrilha de Cabral. Cerca de R$ 54 milhões foram movimentados pelas negociatas.

Trecho do depoimento de Chiquinho da Mangueira à Polícia Federal, no âmbito da Operação Furna da Onça – Reprodução

No depoimento, Chiquinho disse ainda que sua mãe pode ter recebido algum valor em seu lugar, mas que nunca por meio de contas correntes em bancos. De acordo com as apurações do MPF, a mãe do deputado recebia os pagamentos, feitos em meias longas ou envelopes lacrados, de forma que não soubesse o que havia no interior do pacote.

Preso preventivamente

Chiquinho foi detido junto a outros deputados e agentes públicos, no total de 22 pessoas, no último dia 8, pela PF. Primeiramente, o parlamentar mangueirense foi alvo de mandado de prisão temporária. Depois, no dia 13, o desembargador federal Abel Gomes, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), converteu a prisão em preventiva. Com isso, Chiquinho segue detido.

Romulo Tesi

Romulo Tesi Jornalista carioca, criado na Penha, residente em São Paulo desde 2009 e pai da Malu. Nasci meses antes do Bumbum Paticumbum Prugurundum imperiano de Aluisio Machado, Beto Sem Braço e Rosa Magalhães, em um dia de Vasco x Flamengo, num hospital das Cinco Bocas de Olaria, pertinho da Rua Bariri e a uma caminhada do Cacique de Ramos, do outro lado da linha do trem. Por aí virei gente. E aqui é o meu, o nosso espaço para falar de samba e Carnaval.

2 comentários

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  • KKKKKKKK EU TB ACREDITO NA MULA-SEM -CABEÇA, PAPAI NOEL, CURUPIRA, E NESTA HISTÓRIA QUE POLITICO DOA DINHEIRO POR AMOR…
    COISA MAIS LINDA, DA VONTADE ATÉ DE CHORAR !
    ….TOMA NO SEU TB COM ESSA “ESTORINHA” RAPA”…