Com piso de caquinhos e São Jorge, Grande Rio traduz “Mundo Zeca Pagodinho” na Sapucaí

Zeca Pagodinho desfilou no último carro da Grande Rio, sobre a Portela – Romulo Tesi

Segunda escola a desfilar na noite deste domingo (19) na Marquês de Sapucaí, a Grande Rio fez um grande passeio pelo mundo de Zeca Pagodinho. Homenageado no enredo da escola, o sambista teve não a vida contada, mas traduzida no desfile assinado pelos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora.

Com recorte geográfico e religioso, a Grande Rio, atual campeã, apresentou os lugares de Zeca: onde ele vive, quem ele encontra, com quem ele canta, bebe, e reza. Nada de alas com referências sobre as músicas, por exemplo. Foi tudo muito conhecido, mas ao mesmo tempo original.

Assim, Boraddad, como a dupla de artistas é conhecida na chamada “bolha de Carnaval”, levaram para a Sapucaí muitos signos do subúrbio e sua fé. Teve Cacique de Ramos, piso de caquinhos, botequim, Xerém, Cosme e Damião, São Jorge (muitos!), Ogum e até a Portela, escola de coração do homenageado.

E onde é que tava o Zeca? Justamente no carro em homenagem à escola de Madureira, decorada com uma águia, símbolo da agremiação. Cercado por amigos e familiares, Zeca passou acenando para o público e “levantando o copo para o povo brasileiro”, gesto que entrou para a iconografia popular do país.

Mais do que ver Zeca Pagodinho, o público pôde entender Zeca Pagodinho.

Romulo Tesi

Romulo Tesi Jornalista carioca, criado na Penha, residente em São Paulo desde 2009 e pai da Malu. Nasci meses antes do Bumbum Paticumbum Prugurundum imperiano de Aluisio Machado, Beto Sem Braço e Rosa Magalhães, em um dia de Vasco x Flamengo, num hospital das Cinco Bocas de Olaria, pertinho da Rua Bariri e a uma caminhada do Cacique de Ramos, do outro lado da linha do trem. Por aí virei gente. E aqui é o meu, o nosso espaço para falar de samba e Carnaval.

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