Imperatriz se inspira em universo cigano para sonhar com bicampeonato; conheça o enredo de 2024

Leandro Vieira, carnavalesco da Imperatriz – Ricardo Almeida/Rio Carnaval

Atual campeã do Carnaval, a Imperatriz Leopoldinense tentará o bicampeonato em 2024 com um enredo tirado do universo cigano. A escola anunciou nesta quarta-feira (22) que levará para a Marquês de Sapucaí a história do testamento deixado por uma cigana chamada Bruges de Esmeralda.

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Descoberto pelo escritor Leandro Gomes de Barros, o testamento – que, na ficção do autor, chegou ao Brasil trazido pelos ciganos em um barril – gerou um folheto. Escrito há mais de 100 anos por Barros, a obra traz toda sorte de instrução sobre interpretação de sonhos, leitura das mãos e outras apontamentos místicos.

“Redescoberto” pelo carnavalesco Leandro Vieira, a história virou enredo com o título “Com a sorte virada pra lua segundo o testamento da cigana Esmeralda”.

“É mais um enredo que olha para aquilo que há de mais simples, no sentido popular das coisas que estão na cabeça do povo. Livre do academicismo e próximo à cultura que emerge das vocações populares brasileiras, mergulho nesses anseios populares tão presentes no imaginário coletivo do Brasil das pessoas reais, ou seja, o Brasil que me desperta interesse e encantamento. Com o enredo que proponho agora, sigo mergulhado nos saberes populares que se utilizam da interpretação dos sonhos cotidianos para tomar decisões ou fazer apostas e também sobre a intenção de prever a sorte através da antecipação do futuro com o uso de meios fantásticos”, diz Vieira, em declaração divulgada pela Imperatriz.

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“No descortinar da leitura do folheto, a gente se depara com uma série de ensinamentos de caráter popular sobre a interpretação de sonhos, com uma tabela que predetermina dias felizes e dias de má sorte, com caminhos para a leitura da sorte na palma da mão e a influência dos astros nos caminhos humanos com direito, inclusive, a uma semana astrológica”, explica Vieira, que pontua sobre os enredos fincados na cultura popular.

“É material para delírio carnavalesco pra tudo que é lado. E o melhor de tudo é que não precisa de longas teses ou muita explicação para ser compreendido. É cultura popular feita pelo povo e para o povo”, conclui o carnavalesco, que vai para o terceiro desfile pela Imperatriz, os dois anteriores, com títulos – em 2020, no acesso, e 2023, no Especial.

Veja a logo do enredo, com arte de Thiago Santos:

Romulo Tesi

Romulo Tesi Jornalista carioca, criado na Penha, residente em São Paulo desde 2009 e pai da Malu. Nasci meses antes do Bumbum Paticumbum Prugurundum imperiano de Aluisio Machado, Beto Sem Braço e Rosa Magalhães, em um dia de Vasco x Flamengo, num hospital das Cinco Bocas de Olaria, pertinho da Rua Bariri e a uma caminhada do Cacique de Ramos, do outro lado da linha do trem. Por aí virei gente. E aqui é o meu, o nosso espaço para falar de samba e Carnaval.

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