Portela supera desfile “trágico” do centenário com dupla de novos carnavalescos e águia histórica

Águia da Portela de 2024: na história – Marco Terranova/RioTur

A terça-feira de Carnaval para o portelense foi de glórias. Depois do elogiado desfile baseado no livro “Um defeito de cor”, de Ana Maria Gonçalves, a Portela levou três Estandartes de Ouro, tradicional prêmio do jornal O Globo: melhor escola, enredo e personalidade, para Vilma Nascimento. Num clima bem diferente do experimentado no ano passado, quando a escola curava as feridas de uma apresentação, justamente a do seu centenário, classificada pelo presidente da agremiação, Fábio Pavão, como “trágica” e “desastrosa”.

“A transição da Portela após o desfile trágico do ano passado foi marcada por mudanças significativas em sua estrutura e abordagem para o carnaval. A escolha do enredo para este ano veio como parte desse processo de renovação, buscando trazer uma linguagem mais moderna e atualizada para o desfile”, disse Pavão ao Setor 1, explicando a mudança, dos experientes Renato e Márcia Lage para as jovens promessas André Guimarães, ex-Beija-Flor, e Antônio Gonzaga, que estreou no ano passado, no Arranco de Engenho de Dentro.

A troca se mostrou acertada, a levar em consideração o desenvolvimento do enredo e a plástica – a começar pa águia, em tons de palha e decorada com estampas, emergindo como raízes da alegoria, considerada uma das mais bonitas da história.

“A decisão de trazer profissionais com experiência em desfiles mais modernos, como Antônio Gonzaga e André Rodrigues, refletiu a intenção da Portela de adotar um novo conceito de desfile”, explica o presidente.

A busca pelo frescor de jovens artistas, para arejar o trabalho da tradicional escola, é parte de uma reformulação promovida depois do alerta feito pelas circunstâncias: um desfile acidentado e de pouca inspiração estética.

“As reformulações nos ateliês, barracões e na direção de harmonia também evidenciaram o esforço da escola em se tornar mais competitiva”, disse Pavão.

Mas melhorar a posição na classificação final é apenas uma das metas apontadas pelo dirigente.

“Essas mudanças estruturais visavam não apenas superar a decepção do desfile anterior, mas também posicionar a Portela como uma força renovada no cenário do carnaval”, declarou.

Pelo jeito, a Portela conseguiu. A terça de Carnaval já melhorou, resta saber se a quarta-feira de Cinzas também.

Romulo Tesi

Romulo Tesi Jornalista carioca, criado na Penha, residente em São Paulo desde 2009 e pai da Malu. Nasci meses antes do Bumbum Paticumbum Prugurundum imperiano de Aluisio Machado, Beto Sem Braço e Rosa Magalhães, em um dia de Vasco x Flamengo, num hospital das Cinco Bocas de Olaria, pertinho da Rua Bariri e a uma caminhada do Cacique de Ramos, do outro lado da linha do trem. Por aí virei gente. E aqui é o meu, o nosso espaço para falar de samba e Carnaval.

2 comentários

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.