A Riotur recebeu parte da verba municipal destinada às escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro. Falta agora a assinatura do contrato com a prefeitura para que o dinheiro chegue às agremiações. A previsão é que isso aconteça na próxima semana. No entanto, o valor publicado no Diário Oficial nesta quinta-feira, 6, corresponde a somente metade do montante combinado. Em vez de R$ 1 milhão por escola, apenas R$ 500 mil – R$ 7 milhões no total -, sendo que R$ 214.300 ainda em 2018 e o restante em 2019.
Procurada pelo Setor 1, a assessoria de comunicação da Riotur informou que, por enquanto, apenas esses R$ 7 milhões no total estão garantidos pela Secretaria de Casa Civil, e que não é possível afirmar atualmente se os R$ 7 milhões restantes (mais R$ 500 mil por escola) serão repassados, e quando o depósito aconteceria. Anteriormente, havia a expectativa entre as escolas que R$ 500 mil fossem liberados ainda 2018.
Além disso, a Uber, que patrocinaria o Grupo Especial com R$ 7 milhões (R$ 500 mil por escola), desistiu do apoio, enfurecendo Riotur e agremiações. A empresa de transporte particular foi a única a apresentar proposta por meio do caderno de encargos da prefeitura. A desistência se deu por conta da prisão do presidente da Mangueira, Francisco de Carvalho, o Chiquinho da Mangueira, na Operação Furna da Onça. O presidente da Riotur, Marcelo Alves, já jogou a toalha sobre esses recursos.
Caso a subvenção municipal fique mesmo no valor publicado no Diário Oficial, o valor recebido por cada escola em verbas oficiais despencará de R$ 1,5 milhão para R$ 500 mil. Sendo que o montante já foi de R$ 2 milhões, reduzido em 50% no ano passado pelo prefeito Marcelo Crivella, que alegou necessidade de aumentar as diárias das creches.
Outra fonte de recursos é a Lei Rouanet. Treze das 14 escolas do Grupo Especial ingressaram com projetos no Ministério da Cultura, com um total de R$ 31,5 milhões aprovados. Mas a maioria das agremiações ainda não conseguiu captar verba com empresas interessadas em patrocínio em troca de renúncia fiscal.
No escuro
Entre as escolas, o clima beira o desalento. A previsão é que, caso o dinheiro não chegue a tempo, a situação pode se complicar de forma severa.
“O que está combinado conosco é 50% agora e, em fevereiro, com a entrada dos recursos da arrecadação do IPTU, mais R$ 400 mil, com os outros R$ 100 mil após a prestação de contas. Se sair só em fevereiro, vai ficar muito difícil, porque tenho que pagar mão-de-obra, fornecedor e outras coisas”, declarou o presidente da Portela, Luís Carlos Magalhães, ao blog.
“A gente está no escuro, navegando numa nau sem rumo. O gestor precisa saber quanto e quando vai ganhar, mas não sabemos nada disso. Toda a administração é na base do chute. Isso não pode dar certo”, completou Magalhães.
Do senhor Crivela não se poderia esperar outra coisa.