Desvirada de mesa: escolas decidem respeitar o regulamento e rebaixar a Imperatriz

Imperatriz Leopoldinense 2019 – Fernando Grilli/Riotur

Desvirou a mesa. Em assembleia geral na Liesa, nesta quarta-feira, 10, as escolas de samba decidiram respeitar o regulamento do Carnaval 2019 e rebaixar a Imperatriz Leopoldinense à Série A. Com isso, a manobra feita na reunião do dia 3 de junho, salvando a escola de Ramos, está desfeita.

A princípio, trata-se do fim do Carnaval de 2019, cerca de quatro meses depois da Quarta-Feira de Cinzas.

Assim, a liga evita o pagamento da multa de R$ 750 mil, estipulada em Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) para o caso de nova virada de mesa – o que quase aconteceu.

Junto da Imperatriz, cai também o Império Serrano, último colocado em 2019. A ideia agora é promover o rebaixamento de duas escolas em 2020, com uma subindo da Série A, para chegar ao número de 12 agremiações no Grupo Especial. No próximo Carnaval, portanto, serão 13 escolas, a princípio com sete desfilando no domingo e seis na segunda-feira.

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Originalmente, no encontro do dia 3 de junho, o placar foi de 8 a 5 por salvar a Imperatriz.

No dia 26 seguinte, porém, as escolas se reuniram na Liesa e o jogo vira: de 8 a 5 pela virada de mesa, o placar passou a marcar 8 a 5 contra a manobra no tapetão. Três escolas mudaram de lado: Unidos da Tijuca, União da Ilha e Paraíso do Tuiuti. Nesta quarta foram 41 votos válidos, com o placar de 28 a 13.

Ficou

De quebra, o presidente da entidade, Jorge Castanheira, que havia anunciado sua renúncia, desistiu da ideia. Após a assembleia de hoje, o dirigente disse, ao atender a imprensa, que atendeu um pedido de todas as escolas presentes, segundo o próprio, por unanimidade.

“Não posso fugir desse compromisso”, declarou, em live transmitida pelo site SRZD.

A reunião desta quarta foi mais um episódio da crise do Carnaval do Rio de Janeiro, mas é impossível prever se será o último. Nos bastidores, a Imperatriz se movimentou. A escola chegou a tentar na Justiça, sem sucesso, a permanência no Grupo Especial, ao buscar o cancelamento do encontro de hoje.

Relembre todos os capítulos anteriores da crise no Carnaval.

Romulo Tesi

Romulo Tesi Jornalista carioca, criado na Penha, residente em São Paulo desde 2009 e pai da Malu. Nasci meses antes do Bumbum Paticumbum Prugurundum imperiano de Aluisio Machado, Beto Sem Braço e Rosa Magalhães, em um dia de Vasco x Flamengo, num hospital das Cinco Bocas de Olaria, pertinho da Rua Bariri e a uma caminhada do Cacique de Ramos, do outro lado da linha do trem. Por aí virei gente. E aqui é o meu, o nosso espaço para falar de samba e Carnaval.

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