Dispersão | Samba encomendado, Lei Rouanet, Império, Mocidade, Viradouro, projeto de lei

Encomenda de samba
Nesta sexta-feira, 6, começou a circular pelos aplicativos de conversa um anúncio de uma produtora, oferecendo como serviço a produção e gravação de sambas de enredo. Logo algumas pessoas levantaram suspeitas de se tratar de um “escritório de samba” – os grupos de compositores que compõem para várias escolas, mas não assinam. Segundo o responsável pela produtora Flor de Ébano, o músico Marcelo Kará, não se trata disso.

Esclarecimento
Kará disse ao Setor 1 que não produz sambas para disputas das escolas, mas somente para encomendas de blocos, publicidade, jingles e outros pedidos particulares, sem ambições de ir para a avenida. “Não é escritório”, afirmou o músico ao blog. “Só hoje fiquei sabendo o que é ‘escritório de samba'”, completou.

Anúncio divulgado pela Flor de Ébano – Reprodução

Reações
O músico contou que recebeu diversas mensagens, algumas em tom mais enérgico, pedindo explicações ou reprovando a ideia. Mesmo negando que esteja oferecendo composições para concorrer nas agremiações, Kará preferiu apagar o anúncio – publicado no Facebook – e falar diretamente com os compositores.

Lei Rouanet 1
Mais uma escola do Rio teve projeto aprovado pela Lei de Incentivo à Cultura – a Lei Rouanet: a Viradouro. A agremiação de Niterói, do Grupo Especial, está liberada a captar R$ 1.717.720 para o desfile de 2020.

Viradouro 2019 – Fernando Grilli/Riotur

Lei Rouanet 2
Em São Paulo, outras duas agremiações, ambas do Grupo Especial, conseguiram aprovação para obter patrocínio pelo mecanismo: a Mocidade Alegre poderá captar R$ 1.846.364,70; o Império de Casa Verde, R$ 3.019.762,50.

Manga
A tão esperada safra mangueirense foi divulgada na noite da última quarta-feira, 4. Nas redes sociais, tanto torcedores da escola como o restante da tribo do Carnaval se dividiu. As gravações são resultado das mudanças que a Verde e Rosa fez na disputa: as 33 parcerias pagaram uma taxa de inscrição de R$ 4.800 para cobrir os custos com gravação, clipe, palco e outros itens, e todas tiveram as mesmas condições. A ideia é democratizar a disputa.

Lei municipal
Anunciado como decreto do prefeito Marcelo Crivella, a proibição de uso de verba e serviços públicos municipais em eventos com cobrança de ingresso vai virar projeto de lei, de autoria do vereador Dr. Gilberto. A previsão – otimista – é que a tramitação comece na próxima semana. Gilberto estava presente na reunião, com representantes da Liesb, em que Crivella anunciou a triplicação do valor da subvenção para escolas da Intendente Magalhães.

Em tempo
A ideia do decreto poderia esbarrar em um obstáculo: a lei 1276/1988, do ex-vereador e jornalista Maurício Azêdo (falecido em 2013) determina que a organização do Carnaval é uma atribuição da prefeitura. Para mudar isso, só passando pela Câmara.

Romulo Tesi

Romulo Tesi Jornalista carioca, criado na Penha, residente em São Paulo desde 2009 e pai da Malu. Nasci meses antes do Bumbum Paticumbum Prugurundum imperiano de Aluisio Machado, Beto Sem Braço e Rosa Magalhães, em um dia de Vasco x Flamengo, num hospital das Cinco Bocas de Olaria, pertinho da Rua Bariri e a uma caminhada do Cacique de Ramos, do outro lado da linha do trem. Por aí virei gente. E aqui é o meu, o nosso espaço para falar de samba e Carnaval.

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