Google: buscas por blocos de Carnaval superam com folga interesse pelas escolas de samba

Marcelo Adnet imita revólver com as mãos, gesto que é marca de Bolsonaro – Ricardo Moraes/Reuters

As buscas por blocos superou com margem folgada o interesse pelas escolas de samba no Carnaval 2020, afirma o Google.

Segundo a empresa, citando dados do Google Trends (que mede a procura sobre determinado assunto), o interesse de busca sobre blocos de carnaval atingiu seu ápice em fevereiro de 2020.

O Google afirma que, pela primeira vez desde o Carnaval de 2004, o interesse por blocos de rua chegou a ser quase duas vezes maior que o pelas escolas.

Abaixo, o gráfico divulgado pelo Google (onde 100 representa o ápice da busca pelo assunto). Passe o cursor ou toque nos dados para explorar.

Em fevereiro de 2004, início da série histórica, o interesse pelas escolas era muito maior que pelos blocos. Na época, cidades como Rio e São Paulo ainda não haviam experimentado uma explosão de interesse pelo Carnaval de rua, o que começa a acontecer na capital fluminense a partir do ano seguinte.

A tendência começa a mudar em 2008 e se consolida de vez no ano seguinte, com algumas variações em 2016 e 2019.

Entre as escolas de samba mais procuradas, a Mangueira liderou na maior parte do Brasil, mas ficou atrás da campeã Viradouro no Rio de Janeiro e da Gaviões da Fiel em São Paulo.

Já a busca pelo termo “escola de samba bolsonaro” teve um aumento repentino, com ápice entre os dias 25 e 26 – coincidentemente após o desfile da São Clemente, que trouxe Marcelo Adnet representando o presidente de forma satírica.

Enredos e personagens

Pelo Google Trends também é possível medir o interesse por assuntos durante dos desfiles. O blog selecionou três protagonistas pouco conhecidos de enredos de 2020 entre as escolas do Rio de Janeiro, e constatou aumento nas buscas no momento dos desfiles de Viradouro (Ganhadeiras de Itapuã), Grande Rio (Joãozinho da Gomeia) e Salgueiro (Benjamin de Oliveira).

Romulo Tesi

Romulo Tesi Jornalista carioca, criado na Penha, residente em São Paulo desde 2009 e pai da Malu. Nasci meses antes do Bumbum Paticumbum Prugurundum imperiano de Aluisio Machado, Beto Sem Braço e Rosa Magalhães, em um dia de Vasco x Flamengo, num hospital das Cinco Bocas de Olaria, pertinho da Rua Bariri e a uma caminhada do Cacique de Ramos, do outro lado da linha do trem. Por aí virei gente. E aqui é o meu, o nosso espaço para falar de samba e Carnaval.

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