A Unidos de Bangu, da Série A do Rio de Janeiro – principal grupo de acesso -, anunciou nesta sexta-feira, 5, seu enredo para o Carnaval de 2021: “Deu Castor na cabeça”, em homenagem a Castor de Andrade, figura emblemática da Zona Oeste da cidade.
Castor foi patrono de duas das instituições mais importantes do Rio: a Mocidade Independente de Padre Miguel e o Bangu. Sob a influência ou presidência do contraventor, escola de samba e clube de futebol viveram anos de glórias, incluindo vários títulos do Carnaval, no caso da agremiação.
“Este será um carnaval diferente com uma linha estética fugindo totalmente dos padrões tradicionais, logicamente inspirada em carnavalescos que admiro muito. É a realização de um sonho antigo, que está se tornando realidade no meu bairro tão querido de Bangu. Estamos vindo para fazer história”, disse o carnavalesco da Bangu, Clécio Régis, em declaração divulgada pela escola.
Castor
O bicheiro é das figuras mais celebradas e ao mesmo tempo controversas do país. Ele e outros nomes como Anísio Abraão David, da Beija-Flor, e Luizinho Drummond, da Imperatriz, são apontados como responsáveis pela mudança de patamar dos desfiles das escolas de samba, que se tornaram eventos grandiosos e ricos a partir dos anos 1970.
Na década de 1990, Castor foi condenado à prisão, junto de outros integrantes da chamada “cúpula do jogo do bicho”, pela juíza Denise Frossard. Após mais de 200 dias foragido, foi capturado em São Paulo, em pleno Salão do Automóvel, com um disfarce – garantem testemunhas – tão hilário quanto ineficaz: bigode postiço e cabelo pintado.
Nesse período, entrou para o folclore carioca a “maré mansa” de Castor na carceragem da Polinter, onde, dizem, bebia-se e se comia muito bem.
O patrono da Mocidade e do Bangu morreu em 11 de abril de 1997, vítima de uma infarto fulminante, quando problemas de saúde permitiram que cumprisse a pena em casa. Castor tinha 71 anos.
Mais do que justo, tanto a Mocidade Independente, como o Bangú, devem muito a ele.