Mais uma vítima da crise causada pela pandemia de coronavírus, o Baródromo anunciou na última terça-feira, 14, seu fechamento. Mas além de lugar de beber, comer e cantar samba, o espaço na Lapa, no Rio de Janeiro, também servia como um pequeno museu do Carnaval, tudo por causa de decoração formada por bandeiras, fantasias e partes de alegorias. E agora, com o encerramento das atividades do bar, parte desse acervo pode voltar à avenida. Essa é pelo menos uma das ideias do empresário Felipe Trotta.
“Estou alinhando com algumas pessoas. Pode haver interesse de escolas dos grupos de acesso, que costumam reaproveitar material de outros desfiles. Alguém pode se interessar para usar no Carnaval quando puder”, disse Trotta, responsável pelo Baródromo, ao Setor 1.
O acervo inclui peças como um camelo dourado da Mocidade campeã de 2017 e bonecos da Mangueira de 2018, entre outros, alguns com valor mais simbólico. É o caso da faixa com os dizeres “Olhai por nós… O prefeito não sabe o que faz”, da Mangueira de 2017, que faz alusão a Marcelo Crivella.
Se o plano vingar, algumas esculturas podem desfilar novamente na Estrada Intendente Magalhães, onde se apresentam as escolas da Liesb e da Livres, ou até mesmo na Marquês de Sapucaí, dependendo da necessidade das agremiações da Série A.
Todo a coleção, incluindo peças de carros alegóricos e fantasias, foi formada por meio de doações de escolas, carnavalescos e frequentadores durante o tempo em que o espaço funcionou como reduto do samba de enredo.
As fantasias e objetos de menor volume serão guardadas pelo empresário. O que não ficar com ele, será doado. O que está fora de cogitação é se desfazer de qualquer item.
“Da mesma forma como recebi de doação, agora eu vou doar. Em hipótese alguma vai ser jogado fora ou destruído”, garante.
Dispersão
O fechamento do Baródromo foi recebido com um misto de tristeza e surpresa pelo público. Desde o anúncio do encerramento, pessoas que frequentavam o bar ou visitaram pelo menos uma vez compartilharam fotos e histórias vividas no lugar. Pelo comunicado de Trotta, não há ainda um retorno no horizonte.
“O Baródromo não tem previsão de voltar a funcionar mesmo em outro espaço. Lamentamos desapontar os milhares de frequentadores, amigos, funcionários e músicos, mas fizemos o possível para não fecharmos. Só temos que agradecer a todos que construíram essa linda história junto com a gente. Quem sabe um dia nos reencontramos. Que todos fiquem bem e que tudo volte logo o mais rápido possível. Um beijo no coração de todos, Felipe Trotta”, escreveu o empresário.
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